Como iniciar a alimentação do bebê?

Saber como iniciar a alimentação do bebê é um dos princípios básicos para um bom desenvolvimento físico, motor e psíquico da criança. O ideal é que os pais dediquem atenção especial à essa fase, já que ela contribuirá para formação dos hábitos alimentares e até mesmo o comportamento diante da comida para o resto da vida!

A recomendação geral é que a amamentação seja oferecida exclusivamente até os seis meses de idade, pois o leite materno possui todos os nutrientes necessários para alimentar e hidratar a criança.

Porém, é importante lembrar que, a introdução alimentar de crianças que usam fórmulas infantis deverá seguir o mesmo padrão preconizado por aquelas que estão aleitamento materno exclusivo.

A partir do sexto mês de vida, outros alimentos além do leite começam a fazer parte do cardápio do bebê e é assim que um novo mundo de cores, sabores e texturas começa a se abrir para ele. Mas para tudo fluir bem e com tranquilidade é preciso não ter pressa e respeitar o tempo do bebê!

Será através dos sinais de prontidão que o bebê começará a apresentar que você saberá quando e como iniciar alimentação do bebê.

Como iniciar a alimentação do bebê: dicas práticas

1) Porque esperar até os 6 meses para iniciar a introdução alimentar?

Por volta do sexto mês de vida espera-se que o bebê esteja com seu desenvolvimento fisiológico e neuropsicomotor maduros o suficiente para receber alimentos sólidos. Por isso, antes de se iniciar a alimentação complementar, é importante estar atento às características que o bebê irá sinalizar demonstrando estar pronto para iniciar a introdução alimentar.

O bebê estará pronto para receber alimentos sólidos quando passar a:

  • Sustentar a cabeça.
  • Sentar sem apoio (ou quase).
  • Levar objetos em direção à boca.
  • Reduzir o reflexo de protrusão da língua (língua para fora da boca).
  • Começar a mostrar interesse ao ver a comida.
  • Começar a fazer movimentos de mastigação, mesmo antes de surgirem os primeiros dentes.

Além das características pontuadas acima, nessa fase o bebê também  será capaz de produzir enzimas digestivas em quantidades suficiente para começar a digerir uma maior variedade de alimentos.

2) Que alimentos podem ser oferecidos?

Durante a fase da introdução alimentar, o bebê está criando a sua memória do paladar. Portanto, é importante que ele seja apresentado a maior variedade possível de alimentos naturais.

Ao iniciar a alimentação do bebê, é importante optar por uma alimentação variada e colorida que irá contribuir para que a criança consuma todos os nutrientes necessários para o seu desenvolvimento.

Agora, vamos à algumas dicas nutricionais para garantir o crescimento adequado do filhote.

O que seu bebê precisa

→ Variedade de alimentos in natura: tente incluir todos os grupos alimentares (quadro 1) nas refeições oferecendo uma grande variedade de alimentos naturais. Essa é uma fase muito rica de experimentações e é um excelente momento para a família toda entrar na dança!

Aproveite a oportunidade e prove os alimentos que você irá oferecer ao bebê, afinal a intenção é que todos os familiares se alimentem de forma variada e saudável.

Fonte: Ministério da Saúde 2002 – Dez passos para uma alimentação saudável para crianças brasileiras menores de dois anos

→ Água: sempre hidrate seu bebê com água filtrada. Ele não precisa de suco de frutas, chás e refrigerantes, só água pura já é mais do que suficiente!

O que seu bebê não precisa

→ Temperos em excesso: nada de temperos picantes, muito menos industrializados. Se quiser garantir sabor às receitas, prefira as ervas naturais ou desidratadas.

→ Sal em excesso:  A quantidade de sal (cloreto de sódio) contida no interior dos alimentos  já é suficiente para suprir a necessidade nutricional de sódio do bebê. O IDEAL é que seu filho sinta o sabor natural dos alimentos e se acostume com eles!

Caso a família opte em oferecer a mesma comida da casa para o bebê, a alimentação deve ser feita com alimentos in natura e minimamente processados, preparada com temperos naturais, com uma quantidade mínima de sal e sem o uso de alimentos ultraprocessados.

→ Açúcar de adição: Nós já nascemos com uma predisposição maior para o doce, por isso, o melhor é não oferecer antes dos 12 meses para que o bebê não perca o interesse pelo sabor verdadeiro dos alimentos.

→ Gordura em excesso: Não é recomendado oferecer alimentos fritos ao bebê. Mas não vá retirar a gordura completamente da comida achando que faz mal, certo? A gordura também é um nutriente importante e, com moderação, deve estar presente desde o início da introdução alimentar. Você pode colocar um fio de azeite ou óleo na comida depois de pronta ou usá-los para refogar.

→ Alimentos ultraprocessados: por serem ricos em sódio, gordura, açúcar e componentes químicos, não são interessantes para o seu bebê. Inclui-se nessa categoria sucos industrializados, refrigerantes, macarrão e sopas instantâneas, bolachas, biscoitos, achocolatados, etc.

3) Como iniciar a alimentação do bebê? Respeite seu tempo

Há algum tempo era muito comum aconselhar que a introdução alimentar começasse pelas frutas. Sabe-se hoje que não existe grupo alimentar correto para se iniciar a alimentação complementar. Você tanto pode optar por começar pela refeição principal quanto pelas frutinhas!

Como nessa fase as crianças tendem a preferir sabores mais adocicados, se iniciarmos a alimentação do bebê pelas frutas, as chances dele rejeitar por mais tempo os alimentos de sabor mais neutro (como os da refeição principal ) são maiores.

A minha dica para as mamães e papais é de começar  pela refeição principal, iniciando com as hortaliças e gradativamente colocando os demais grupos alimentares (quadro 1).

E lembre-se sempre, a introdução alimentar deve ser lenta e gradual! Pode levar um tempinho até o bebê entender que os alimentos sólidos oferecidos para ele saciam e matam sua fome.

No início ele vai comer muito pouquinho e o leite ainda vai ser responsável por grande parte da sua nutrição. E tá tudo bem com isso. Afinal, ninguém aprende a ler, escrever ou andar de bicicleta de uma hora para outra, não é?

Respeitar o tempo do bebê: Essa é a chave!

Quando os pais e cuidadores entendem que cada bebê tem o seu ritmo deixam de se frustrar por ele está comendo pouco e a introdução alimentar acaba fluindo de maneira muito mais natural e tranquila para todos.

4) Bom exemplo é fundamental!

Os pais são espelhos para os seus filhos. Em todo processo de pais e mães que se preocupam em como iniciar a alimentação do bebê, às vezes é deixado de lado um pouco principal, que é “dar o exemplo.

Procure manter uma alimentação equilibrada e de qualidade em casa, para que o bebê tenha em você uma fonte de inspiração!

Aliás, prestar atenção nos hábitos alimentares da família como um todo é o melhor caminho para sempre fornecer as melhores escolhas para você e seus amados. Independente se são bebês, crianças, adolescentes ou adultos.

Eu sei como é difícil estar sempre à frente dessas escolhas, na correria do dia a dia, acabamos optando pelo mais prático. Mas, saiba que é fácil manter a alimentação de todos em dia ao rever alguns conceitos e crenças.

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Nota: As dicas deste citadas nesse artigo referem-se à introdução alimentar clássica, que é a recomendada pelo Ministério da Saúde e pela Sociedade Brasileira de Pediatria. Hoje em dia, existe uma outra linha sendo praticada no Brasil e em todo o mundo, que é o Baby-Led Weaning, ou “desmame guiado pelo bebê”, que será abordado em outros artigos aqui no site, combinado?

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