Se para aqueles jovens que possuem títulos acadêmicos e cursos profissionalizantes conseguir um emprego vem se mostrando uma tarefa árdua, para aqueles que não possuem, a situação é ainda mais difícil. No Rio Grande do Norte, as taxas de abandono escolar para o ensino médio, que representam os números mais significativos, chegam a 11,6%. O número é maior do que em 2016, quando a taxa era de 10,5%, porém menor do que em 2015, quando chegou a 13,6% dos alunos da rede estadual.
A evasão escolar é um dos aspectos que contribui para o elevado número de ‘nem-nens’ no Estado, principalmente levando em consideração as dificuldades de conseguir um emprego formal sem um diploma de ensino médio. Para a Secretária de Estado da Educação e da Cultura, Cláudia Santa Rosa, o RN vem passando por uma reformulação em sua rede de ensino, de cujos efeitos poderão ser vistos nos próximos anos.
“É importante que haja uma reformulação para que a escola ganhe um outro sentido, que faça com que esse aluno queira e veja um motivo em permanecer na escola”, afirma a secretária. “Acredito que o ensino técnico e profissionalizante pode contribuir muito nesse sentido”, completa a secretária.
No Rio Grande do Norte, atualmente, são 53 escolas de ensino técnico, alem de oito centros de educação profissional. “Um exemplo evidente disso são os Institutos Federais. O Rio Grande do Norte e todo país se beneficiaram dos IFs, que oferecem ensino técnico e médio aos estudantes, ajudam a ingressá-los no mercado de trabalho e dão um outro sentido à escola”, afirma Cláudia.
Weny Araújo é uma das que se encaixa no perfil descrito pela secretária. Ex-aluna do curso de eletrotécnica no IFRN, ela conta que o Instituto lhe permitiu entrar em contato com a área, que já lhe interessava no Ensino Fundamental, encontrasse ainda no Ensino Médio uma oportunidade profissional e, posteriormente, ajudar a definir os rumos que gostaria de dar à sua graduação.
“Foi uma experiência definidora pra mim, porque era dentro da escola que eu tinha o primeiro contato com a parte profissional do que é trabalhar com eletrotécnica. Isso me fez ver que essa era a área que eu queria seguir, e no fim cheguei a ter que escolher entre continuar os estudos e seguir uma oportunidade profissional que surgiu a partir do meu estágio”, afirma a jovem.
De acordo com Cláudia Santa Rosa, no entanto, ainda é necessário expandir a experiência proporcionada pelos Institutos Federais para os jovens das escolas convencionais. “O jovem que não se sente seguro ou preparado sequer se inscreve para tentar uma vaga em um IFRN. Essa parcela de jovens ainda está em grande parte de fora dessa oportunidade, porque há processo de seleção. Por isso estamos tentando expandir a escola de ensino integral e a educação profissionalizante na rede estadual. Mas os efeitos dessa política demoram um pouco a serem sentidos, como grande parte das mudanças que ocorre na área da educação”, completa.
Fonte: Tribuna do Norte
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