Aplicativo conecta produtores de orgânicos a consumidores em Natal

A ideia era ligar os consumidores de alimentos orgânicos a produtores locais, com garantia de uma produção natural, sem uso de agrotóxicos, transgênicos e fertilizantes químicos. Foi assim que surgiu, em dezembro do ano passado, em Natal, um aplicativo de venda e distribuição de alimentos orgânicos, plantados e colhidos na região metropolitana da capital potiguar.

Segundo o diretor executivo e fundador do Ifarm, Wladimir Freitas, a ideia é que o aplicativo se espalhe pelo país nos próximos anos. Por enquanto, a startup vem se estruturando na capital potiguar e realiza rotas de entregas três vezes por semana, atendendo aos pedidos dos usuários.

Empresário na área de análise de sistemas, Wladimir começou a se interessar por alimentação orgânica em 2013, quando a esposa enfrentou um câncer de mama. “A gente começou a perceber a dificuldade de saber onde comprar, saber se o produto é orgânico mesmo, saber como foi produzido”, lembra.

De tanto pesquisar sobre o assunto, e até fazer dois cursos na área, o empresário acabou comprando uma propriedade e criando uma fazenda em Pium.

Wladimir Freitas, diretor executivo e fundador do Ifarm — Foto: Igor Jácome/G1

Ele conta que a ideia do aplicativo surgiu em novembro de 2017, depois que ele passou cerca de 30 dias no Canadá conhecendo uma iniciativa parecida. O projeto foi apresentado no ano passado, em um edital aberto pelo Sebrae para startups com responsabilidade social e ambiental, e foi um dos cinco selecionados. Além de consultoria, o aplicativo recebeu um investimento de cerca de R$ 90 mil.

O Ifarm foi lançado em dezembro e ainda não começou a fase de divulgação. Apesar disso, já teve adeptos – amigos e pessoas que tomaram conhecimento. “Qualquer pessoa já pode baixar e usar. Não estávamos divulgando ainda porque estamos fazendo testes, corrigindo alguns erros, mas apenas na divulgação entre amigos, já chegamos a 70 cadastros”, explicou Wladimir.

Atualmente o aplicativo oferece os produtos de uma cooperativa, da qual a própria fazenda de Wladimir faz parte, com entregas às segundas, quartas e sextas, com rotas dentro da capital. As produções são todas regionais, em Pium e Cajupiranga, no município de Parnamirim, e outra em Macaíba.

“A ideia é que outras fazendas possam também oferecer os produtos aos consumidores”, explica o empresário. Ele explica que a ideia é que a expansão do aplicativo atinja todo o país, mas que ele ligue essencialmente os consumidores locais com os produtores de sua própria comunidade. “A ideia é que o produto não viaje 200 quilômetros. E sim que ele seja colhido de manhã e entregue de tarde, ainda fresquinho”, considera.

Produtos orgânicos são vendidos através de aplicativo, na Grande Natal — Foto: Cedida

Vantagens para todos

De acordo com o empreendedor, o modelo da startup é vantajoso tanto para o produtor, como para o cliente. Wladimir explica que, sabendo a demanda de pedidos, o produtor reduz perdas, que na produção normal chegam a 30%. “Com os pedidos feitos pelo aplicativo, nós só colhemos aquilo que foi pedido”, exemplifica.

Ainda de acordo com ele, com redução de perdas e sem precisar vender para atravessadores, o produtor consegue ter um lucro melhor e, ainda assim, vender a um preço mais barato ao consumidor.

As entregas são feitas em caixas retornáveis, que também favorecem o meio ambiente, de acordo com o empresário. Além dos consumidores finais, o aplicativo também já vem atendendo a restaurantes que contam com alimentos orgânicos na cozinha.

O diretor conta que o aplicativo passará a receber cartões de crédito a partir dos próximos dias. Atualmente, o pagamento só é feito em dinheiro. O Ifarm pode ser baixado pelo PlayStore e também será lançado na App Store. “A gente acredita nessa troca de energia, na cooperação do produtor com a comunidade e da comunidade beneficia o produtor”, considera o empresário.

Produção de produtos orgânicos vendidos através do Ifarm ocorre em fazendas na região metropolitana de Natal — Foto: Cedida

Foto: Igor Jácome/G1

Fonte: G1

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