Em alguns países, como a Finlândia, colocar o bebê para dormir no berço é um hábito que pertence ao passado. Mas ao passado mesmo, já que, há cerca de 80 anos, o governo oferece a todas as mulheres grávidas – que fazem o pré-natal – uma caixa com um colchão dentro para o recém-nascido dormir. Dentro dela, vêm uma série de itens de enxoval, como roupinhas, mantas e fraldas. Será que a moda pegaria no Brasil? Para Bela Gil, seria ideal. A culinarista acaba de lançar, em parceria com uma marca que, a Bela Box, que segue os moldes finlandeses.
Em entrevista à CRESCER, a apresentadora e chef, que é mãe de Flor, 9 anos, e Nino, 2 contou que não montou um quarto para o caçula e que ele dormia em uma caixa até completar cerca de 3 ou 4 meses, quando passou a dormir na cama, com os pais. “Queremos espalhar isso para o Brasil, conta ela. “A ideia, mais para frente, é chamar a atenção do governo, dos ministros, para que isso se torne uma política pública. Esse é objetivo final, com certeza”, explica.
Como surgiu essa ideia da caixa? A ideia partiu de você?
A gente conhece essa caixa há uns três anos porque eu usei com o Nino e foi muito bom para mim. Não montei um quarto para ele, com bercinho e essas coisas. A caixa foi uma forma econômica e mais sustentável de eu ter um lugar para ele dormir. Até porque depois, quando ele tinha uns 3, 4 meses, começou a dormir na cama com a gente. Então, foi ideal para a nossa vida. Quando eu voltei para o Brasil, eu já estava fazendo as fraldas e o absorvente de pano com a Morada da Floresta. Então, surgiu a ideia de fazer a caixa. Então partiu muito da nossa experiência.
Quais são os benefícios da caixa?
Para mim, funcionou bem porque é leve, ocupa pouco espaço e tem funcionalidade depois que o bebê crescer. Você pode usar para guardar brinquedos, por exemplo, que foi o que eu fiz com o Nino, ou você pode dar para outra mãe, para uma grávida. Você pode ir repassando porque é uma caixa resistente, durável. O bebê se sente confortável. As pessoas falam: “Ah não é muito claustrofóbica? Não tem muita ventilação”. Não. O Nino se deu superbem.
Na Finlândia, a caixa é uma política pública e a ideia se espalhou até para alguns outros países europeus. Acha que a ideia pode pegar aqui no Brasil?
Então, na Finlândia essa caixa já tem mais de 70 anos. A mulher tem que fazer o pré-natal para receber a caixa, então, isso reduz muito a mortalidade infantil no país.Claro que nossa ideia é espalhar isso pelo Brasil. A gente começou vendendo a caixa porque eu quis dar essa possibilidade para muitas mães que querem ter uma maternidade mais sustentável, mais econômica, sem tanto daquela loucura de fazer um enxoval gigante e não usar quase metade do que comprou. A ideia, mais para frente é chamar a atenção do governo, dos ministros, para que isso se torne uma política pública. Esse é objetivo final, com certeza.
Qual é diferença dessa caixa para uma caixa que os pais poderiam improvisar?
Essa caixa foi testada por empresas responsáveis para resistência, é feita com tinta atóxica. Os pais, óbvio, podem tentar fazer uma caixa, se quiserem, mas acho que essa caixa tem uma segurança maior. Acho que essa é a principal diferença.
Alguns especialista ingleses criticaram recentemente a prática de usar a caixa com bebês, dizendo que ela não é segura. O que você acha disso?
Esses argumentos que eles usam talvez não se apliquem só à caixa. É claro que, se você botar no chão e tiver bicho de estimação em casa, corre o risco de o cachorro entrar ou a caixa molhar, mas isso se aplica também ao colchão no chão ou a uma rede baixinha, por exemplo. Então acho que o problema não é a caixa em si, mas o contexto em que ela está inserida. Eu não tenho cachorro em casa, por exemplo, então, não tive essa preocupação. Você pode, por exemplo, colocar a caixa em cima da cama, no meio, e pronto, isso seria um problema quase eliminado. Acho que essa crítica talvez não se aplique só à caixa.
A Bela Box é vendida pela internet e custa R$ 265, com o colchão. Outra versão, em que o produto vem com 24 itens de enxoval, sai por R$ 849. No entanto, de acordo com a Morada da Floresta, que fez a parceria com Bela, parte dos conjuntos é doada. “Desde o início do projeto, o objetivo da Bela Gil e do JP [marido de Bela] é realizar uma parte de doação do kits e de conectar a solução com projetos sociais”. Na edição de lançamento, uma parte dos foi destinada à doação para famílias selecionadas pelo Centro de Parto Humanizado Casa Ângela, em São Paulo.
Fonte: Revista Crescer
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