Escritos Cariocas

Escritos Cariocas: Um Maracanã de inspirações - Foto: Arquivo Pessoal

Quem me conhece ao vivo ou através dos escritos sabe do amor que tenho pelo Rio de Janeiro. Estando aqui desde quarta, num balé corporal pelas ruas e avenidas da cidade, percorro, vivencio e me jogo neste universo de seres, situações e visuais por todos os cantos e recantos, observando, tendo vontade de escrever, relatar, narrar, estando ainda fotografando muito e curtindo sempre.

Já tendo ficado em Laranjeiras, Botafogo, Glória, Ipanema, Leblon e Leme, entre outros locais, joguei corpo mais uma vez, desta feita, em Copacabana, percebendo a degradação do bairro, com calçada histórica gasta, prédios em desconfiguração crescente e presença de zumbis drogados em ritmo preocupante. Andar pelo bairro e até outros locais do Rio é perceber claramente a ladeira que o Brasil desceu nas últimas décadas.

Com a educação alçada a condição de formadora de números para estatísticas mentirosas e governamentais na era PT, entramos num turbilhão de deseducados e analfabetos em geral, resultando desta farsa um time grotesco de produtores de palavrões e agressões verbais no lugar da gentileza e da boa norma.

No Maracanã tentei ouvir algo de nossa língua pátria e só consegui captar baixo calão e mandamentos para aquele lugar, até em situações absolutamente normais, onde a conduta certa seria as tradicionais saudações amigáveis. Na opção pelo aluguel de um quarto num apto, encontro desleixo com o hóspede, tralhas no metro quadrado, sepultando a fama carioca de bom hospedeiro.

A regra da esperteza cresce, os preços disparam, a cidade está cara. Num jogo se vendem mais ingressos que o espaço comporta, a selva sem o bônus do verde avança, célere, desconfigurando a fama histórica de cidade maravilhosa.

Apesar de otimista, possuidor de uma retina que foca sempre no bem, vejo hoje um Rio doente, perigoso, os barbudos e culturetes, criativos e boêmios até na ditadura, hoje são uns sacos, conseguindo tornar gênios como Caetano e Chico, adoradores de bandidos, uns marionetes de Lula, sepultando de vez suas visões clarividentes da cena nacional.

O Rio a despeito dos problemas citados continua lindo, pois boa parte teve a divindade como feitor, construtor, benfeitor. Quando olhamos a geografia, sorrimos e desejamos voltar.

Quando ao chegar de noite para repousar e encontramos na rua uma maré de atônitos seres, verbalizando palavrões, ameaçando nossa integridade, sem querer ajuda, apenas a manutenção de suas loucuras, olhamos a calçada desfigurada e pensamos: que situação…

Rio de Janeiro, 16 dias, terceiro mês, ano dois mil e dezenove. 12h10. Praia de Copacabana.

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Crédito das Fotos: Arquivo Pessoal

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