Transplante é única solução para salvar Brunninha, indica médico

A vida da pequena Brunninha, de 7 anos, está dependendo de um transplante de coração. É o que afirma o médico Madson Vidal, diretor da Associação dos Amigos do Coração da Criança (Amico).

Acometida com uma transposição das grandes artérias, a menina teve o início do tratamento tardio, apenas aos 3 anos. Para amenizar o problema, foi feita uma cirurgia paliativa. No entanto, não foi o suficiente.

Nós últimos três meses, Brunninha começou a apresentar dificuldades. A partir de então, a menina passou a lutar pela vida.

Há 15 dias, ela submetida à primeira cirurgia. O procedimento durou cerca de 16 horas e foi feita por oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO). Segundo o médico, a menina passou oito dias com a ECMO. Depois desse tempo, foi realizado um novo procedimento para a retirada da máquina. Contudo, Brunninha não reagiu bem e foi necessária a manutenção do equipamento.

Ainda de acordo com Vidal, a ECMO tem um prazo de vida útil que varia entre 10 e 21 dias. Ela já está com a máquina a 14 dias. A utilização do equipamento é invasivo e desgastante. “Os principais riscos são infecções e sangramentos. A máquina gera a pressão do corpo”, explicou.

O tempo é importante

A indicação para a realização do transplante

foi feita na última terça-feira (26), após a manutenção do equipamento no corpo da menina. Após a divulgação da grave situação, o médico disse que conseguiu entrar em contato com autoridades responsáveis. Segundo ele, a questão agora é definir o transporte para o Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), no Recife/PE, que aceitou a transferência da paciente. Apesar disso, a transferência ainda depende do acerto com o transporte.

Segundo Vidal, a definição do translado deve sair ainda na noite desta segunda-feira (1º). Caso não haja êxito na tentativa de levar a menina para o outro estado, o médico vê que uma autorização para o transplante ser realizado no RN como única solução.

“Tudo depende do transporte e é complexo fazer uma estratégia para isso. A coordenadora estadual de transplantes está viabilizando isso. Já foram feitas fotografias de tudo que precisa ir junto. As máquinas não podem ser levadas de qualquer jeito. Já foi feito o contato com a FAB e com o Samu”, explanou.

Além da tentativa de Recife, o médico contou que houve tentativas de levar a menina para São Paulo, Brasília e Fortaleza. No entanto, os hospitais alegaram que não havia vagas.

O médico Madson Vidal se emocionou ao falar sobre as dificuldades de realizar o procedimento. Em lágrimas, ele lamentou as burocracias. “É doloroso esgotar toda a capacidade para manter a criança viva e esbarrar em questões burocráticas”, disse.

Tipo sanguíneo

Além das dificuldades para conseguir o transporte para Recife, a situação de Brunninha esbarra ainda no seu tipo sanguíneo, o B. Segundo o médico, esse tipo é raro e tem menor chance de encontrar doador compatível.

“Tem que surgir um doador. 90% das pessoas tem sangue A ou O. Se imaginar que a cada 100 pessoas que têm morte encefálica e a família resolve doar o órgão, apenas 3% tem o tipo sanguíneo dela”, acrescentou.

Fonte: Portal no Ar

Imagem: reprodução/Portal no Ar

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