Volume de água no maior reservatório do RN tem a melhor marca dos últimos 4 anos

Imagem: Bruno Andrade

O volume de água no maior reservatório do Rio Grande do Norte alcançou a melhor marca dos últimos quatro anos, o que demonstra que as reservas hídricas do estado vêm se recuperando apesar dos últimos sete anos de chuvas abaixo da média histórica.

Segundo o Instituto de Gestão das Águas do RN (Igarn), em abril de 2015 a barragem Armando Ribeiro Gonçalves – que tem capacidade para até 2,4 bilhões de metros cúbicos – estava com 730,5 milhões (30,44% do total). Agora, de acordo com medição feita nesta quarta-feira (17), o volume atual é de 752,4 milhões, ou seja, 31,35% da capacidade total de armazenamento.

Abaixo, veja a evolução do nível de água na barragem (%):

Volume de água na barragem Armando Ribeiro no dia 17 de abril (período de 2010 a 2019)

Armando Ribeiro

Maior reservatório do Rio Grande do Norte e o segundo do Nordeste, a barragem Armando Ribeiro Gonçalves tem suas comportas localizadas na cidade de Itajá, no Vale do Açu, e capacidade para 2,4 bilhões de metros cúbicos de água.

Em fevereiro de 2018, a Armando Ribeiro chegou a menos de 11% de sua capacidade – nível mais baixo desde sua construção, em 1983 — Foto: Anderson Barbosa e Fred Carvalho/G1

Mais cheios

Dos 43 reservatórios potiguares com capacidade superior a 5 milhões de metros cúbicos de água, 6 deles estão totalmente cheios e outros 5 bem perto da capacidade máxima. São eles:

  • Encanto, em Encanto: 100%
  • Riacho da Cruz II, em Riacho da Cruz: 100%
  • Mendubim, em Assu: 100%
  • Beldroega, em Paraú: 100%
  • Pataxó, em Ipanguaçu: 100%
  • Lagoa do Boqueirão, em Touros: 100%
  • Lagoa de Extremoz, em Extremoz: 93,39%
  • Marcelino Vieira, em Marcelino Vieira: 91,17%
  • Rodeador, em Umarizal: 82,94%
  • Prata, em Goianinha: 81,87%
  • Apanha Peixe, em Caraúbas: 75,5%

Menos cheios

Entre os reservatórios menos cheios, 6 estão totalmente vazios e outros 10 quase secos. São eles:

  • Gargalheiras, em Acari: 0%
  • Santana, em Rafael Fernandes: 0%
  • Dourado, em Currais Novos: 0%
  • Trairi, em Tangará: 0%
  • Inharé, em Santa Cruz: 0%
  • Japi II, em São José do Campestre: 0%
  • Santa Cruz do Trairi, em Santa Cruz: 0,04%
  • Esguicho, em Ouro Branco: 0,14%
  • Passagem das Traíras, em São José do Seridó: 0,76%
  • Pilões, em Pilões: 1,68%
  • Itans, em Caicó: 1,72%
  • Pau dos Ferros, em Pau dos Ferros: 1,84%
  • Zangarelhas, em Jardim do Seridó: 2,52%
  • Cruzeta, em Cruzeta: 2,86%
  • Bonito II, em São Miguel: 4,99%
  • Boqueirão de Angicos, em Afonso Bezerra: 7,8%

Seca histórica

Os últimos sete anos foram castigantes no interior do Rio Grande do Norte. Com chuvas abaixo da média histórica, o estado enfrenta a seca mais severa de todos os tempos. As chuvas que caem desde o início do ano até que aliviam o sofrimento do sertanejo, mas os efeitos da estiagem ainda são preocupantes.

Dos 167 municípios potiguares, 148 estão em situação de emergência por causa da escassez de água – o que representa 88% do estado. Na lavoura e pecuária, por exemplo, os prejuízos somaram R$ 2,5 bilhões em 2018, segundo o governo do estado.

De acordo com a Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern), atualmente cinco cidades (João Dias, Paraná, Pilões, São Miguel e Cruzeta) estão em colapso no bastecimento – que é quando a cobrança da conta é suspensa por não haver fornecimento – e outras 92 possuem algum sistema de rodízio.

Texto de Anderson Barbosa

Fonte: G1

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