Descaso: Travessa Pax é símbolo de como Natal trata sua própria história

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Um símbolo de como Natal trata a sua história: com descaso. A Travessa Pax, localizada na Cidade Alta, é um dos únicos resquícios da capital potiguar do século XIX, antes de seu desenvolvimento urbano. Mas, apesar de sua importância, parece mais uma rua abandonada. Ao visitante mais desavisado, talvez seja confundida até mesmo com um terreno baldio.

A via mantém o calçamento original, feito com pedras de maré. Além de pequenas falhas, está sendo tomada pelo mato. O bloqueio para evitar o tráfego de carros no local só contribui para o clima de abandono e insegurança. Uma placa com letras apagadas, é o único aviso de que, ali, está um patrimônio histórico de Natal.

Nos últimos anos, foram muitas as ideias voltadas para transformar o local em um espaço cultural, semelhante ao que foi feito no Beco da Lama recentemente, por exemplo. Mas, até agora, nada saiu do papel.

Em 2017, ainda na gestão de Carlos Eduardo Alves, uma pequena reforma chegou a ser realizada no local, que deveria servir a partir de então para apresentações culturais. O presidente da Fundação Capitania das Artes (Funcarte), Dácio Galvão, chegou a falar na época que ali seria uma encontro para o chorinho potiguar.

A Travessa Pax liga a rua São Tomé à avenida Câmara Cascudo. As pedras em formato oval, eram trazidas nos lastros dos navios no Brasil colonial. Elas serviam para equilibrar e dar maior estabilidade aos navios e quando chegavam nos portos mais importantes, era transportadas, para servir de calçamento, na cabeça dos escravos. Por isso a pedra ficou conhecida também como “cabeça de negro”.

Fonte: Grande Ponto

Imagem: Diego Campelo

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