“Tolkien” traz de forma singular a jornada fantástica de um dos maiores autores do século 20

Um dos maiores filólogos do século 20, ganhou às telonas, numa cinebiografia preciosa e primordial. Para entender um pouco da história e origem do escritor britânico, J.R.R. Tolkien. Suas paixão pela linguagem, sua família, amigos, as referências e inspirações para criar um dos maiores contos que o cinema já interpretou, “O Senhor dos Anéis”.

Apesar de ter sido criado na Inglaterra, John Ronald Reuel Tolkien nasceu em Bloemfontein, na República do Estado Livre de Orange, atual África do Sul, mas ainda bebê, ele, sua mãe e seu irmão Hilary Arthur se mudaram para a Inglaterra, após o fatídico falecimento de seu pai.

Sua aproximação com a linguagem se deu ainda na infância, sua mãe que vinha e uma família que apreciava estudar sobre línguas, gramáticas e caligrafias, foi a primeira influência de J.R.R. Tolkien, que além estudar as expressões linguísticas, ele também criava seu próprio dialeto.

Auto-didata e um visionário na filologia mundial, ele buscava inspirações no cotidiano, em sua rotina e nas histórias que ouvia. Ficou órfão muito jovem, com menos de três anos, perdeu o pai e com pouco menos de 12, a mãe, quando os irmãos Tolkien ficaram sob a tutela de um padre, muito amigo da família e de plena confiança, porém tinha responsabilidades paroquiais, deixando os garotos na casa da tia Beatrice, uma senhora que cultuava as artes e os estudos, e foi lá onde John Ronald conheceu o grande amor da sua vida, sua futura esposa Edith Mary Bratt, ficando juntos até o final de suas vidas.

Sua paixão pela linguagem era tamanha quão sua vontade de conhecer o mundo e as pessoas que o cercava, um festeiro nato, que adorava bater papos literários com seus amigos, seja da época do colégio ou na faculdade, em que passava madrugada a dentro, jogando conversa fora com seus colegas.

Logo após a Primeira Guerra Mundial, onde participou ativamente, foi quando ele começou a escrever os primeiros rascunhos de um mundo secundário, situado na Terra-Média, que posteriormente esse ambiente seria cena de suas mais famosas tramas, como “O Hobbit”, “O Senhor dos Anéis” e “O Silmarillion”, onde Tolkien criou um idioma único e peculiar para cada povo representado deste universo.

Além disso, o autor era um fã assíduo de mitologia, e sempre buscava agregar ideias mitológicas em suas obras, além de uma esfera de fantasia, com elfos, dragões, reis e magos. Tanto que Tolkien foi considerado o “pai da moderna literatura fantástica”, e referência deste gênero literário até nos dias atuais.

Um autor que viveu a arte incontestavelmente, além da literatura e linguística, ele era um apaixonado pela música e a poesia, e no filme traz todo esse idealismo de Tolkien, de forma leve, descontraída e muito emocionante, que fará você procurar suas diretrizes a cada cena imaginativa do escritor, mostrando verdadeiramente suas origens, manias e paixões, em uma trama singular, interpretada minunciosamente por Nicholas Hoult (“A Favorita”), que faz o papel de J.R.R. Tolkien e Lilly Colllins (“Regras Não Se Aplicam”), sua esposa Edith Bratt Tolkien, e a direção fica por conta do finlandês Dome Karukoski.

“Tolkien” chega aos cinemas nacionais nesta quinta-feira (23), e trás de forma sútil e precisa a história de um dos maiores filólogos da último século, entre os amores, a guerra e as inspirações para contos que conquistam e entretêm gerações.

Fonte: O Barquinho Cultural

Sair da versão mobile