Onde Está Você, Agora? Por Jean Tavares Leite

Faz parte de nosso cotidiano corporativo olhar para o futuro e traçar cenários positivos, de forma ambiciosa e motivada - Foto: Reprodução/ Cloud Coaching

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Projetar resultados, desejar conquistas, estabelecer metas desafiadoras é fundamental para qualquer empresa, para qualquer equipe e, em último grau, para todos nós profissionais. Faz parte de nosso cotidiano corporativo olhar para o futuro e traçar cenários positivos, de forma ambiciosa e motivada. Sem isso corremos o risco de cairmos em uma rotina de tarefas cotidianas, do famoso “feijão com arroz” que nos torna, a médio prazo, limitados a uma enfadonha e mecânica armadilha chamada zona de conforto. 

Antes, porém, de estabelecermos onde queremos chegar, precisamos fazer uma ação muitas vezes difícil e complexa. Precisamos ser o mais honesto possível em estabelecer em que ponto estamos.  

Estou falando de um diagnóstico preciso de nossa posição no mercado.  Pode até parecer fácil e óbvio esses dados. Mas, infelizmente na prática, o que podemos perceber é que “olhar para fora” é mais fácil do que enxergar o que acontece dentro de casa, dentro da própria empresa. 

Vejo muitas vezes o empresário dominando todos os indicadores do mercado onde atua. Com relativa facilidade relata os resultados dos concorrentes, o perfil de seus clientes e como é a projeção de seu nicho de mercado. Mas quando chega a hora de diagnosticar a sua própria empresa, a clareza some e surge uma série de números completamente distorcidos. Há uma dificuldade em conseguir enxergar os indicadores reais, concretos de sua própria casa. 

Veja bem, não estou afirmando que isso ocorre de forma intencional. Nada disso. O que ocorre é que existe uma série de fatores que levam o indivíduo a perderem a capacidade de coletar os dados de forma neutra, olhando para sua própria situação, sua empresa. 

O principal fator é a emoção. Às vezes a empresa não tem o potencial que o dono gostaria de acreditar que tem, ou está em situação mais frágil que o recomendável. Outras vezes o próprio empresário não acredita na força de sua equipe ou no seu produto. Enfim, vários fatores podem levar a um diagnóstico errado, difuso e longe da situação real. 

Por isso, sempre que começo uma consultoria, costumo ter em mente aquela analogia do táxi. Imagine que você quer chegar a um determinado ponto da cidade e para isso solicita os serviços de um motorista profissional, um táxi ou Uber. Você se acomoda e diz ao motorista aonde quer chegar. Até aí tudo bem. Mas, considerando que o motorista conhece a cidade, qual a primeira coisa que ele tem saber para lhe levar com tranquilidade ao local indicado? Onde você está neste exato momento! 

Tecnicamente a primeira coisa a fazer é estabelecer todos os indicadores de sua empresa, listando dos menos importantes para os mais críticos, os mais importantes para o sucesso do negócio. Cuidado, não menospreze áreas, apena mapeei dividindo por departamentos. 

Você precisa ter pelo menos cinco, eu disse pelo menos, cinco indicadores de cada área. Aqui estou falando de indicadores financeiros, como por exemplo, seu capital de giro, sua margem de lucro, seu retorno sobre capital investido, capacidade de vendas etc. Seus indicadores na área de recursos humanos são fundamentais para o futuro, para usa capacidade de ampliar resultados, é aqui há muitos números a serem considerados. Quais os seus indicadores sobre seu estoque, na logística, e sua gestão?  

Feita essa coleta cuidadosa de dados e revisada por você e pela sua equipe vá para a segunda parte do processo: Quais os pontos fortes e os pontos realmente fracos do seu negócio? Opa, aqui é melhor deixar a emoção de lado. Muitas vezes a radiografia mostra uma fratura exposta, tenha calma, nada que cabeça no lugar, planejamento e trabalho duro não resolva.  

Gaste tempo e muita análise em torno desses dados, depois, aí sim, estipule metas e um bom plano de ação para o seu projeto, sua empresa, seus resultados futuros. Sucesso!  

Jean Tavares Leite é Psicólogo Organizacional e professor universitário.  

jeantavares@bol.com.br 

Crédito da Foto: Reprodução/Cloud Coaching 

 

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