Diversidade e Respeito – Por Jean Tavares Leite

Trabalhadores transgêneros da fábrica têxtil Guararapes em Natal - Foto: Luisa Dorr / Bloomberg

No estudo sobre o comportamento humano, aprendemos que é fundamental compreendermos qual o contexto, o cenário, o ambiente sobre o qual uma ação acontece. Contextualizar, portanto, se faz necessário para o entendimento sobre os fatos, as premissas e as estratégias. 

Estamos no terceiro milênio, século XXI. Vivemos a quarta revolução da administração. Uma forte demanda por conhecimento, tecnologia e agilidade na gestão. Nunca fomos tão conectados como antes. Em qualquer parte do mundo, utilizamos a informática, aplicativos, redes cibernéticas. 

Seja em uma indústria multinacional ou uma mercearia de bairro, em um pequeno município do país, utilizamos aplicativos eletrônicos de dados, telecomunicação etc. A revolução tecnológica se faz presente em várias áreas do conhecimento humano. Medicina, geografia, astrofísica ou cálculos sobre deslocamento de capitais na macroeconomia. A revolução é aqui, agora! 

Mas, infelizmente, apesar deste contexto incrível, ainda estamos longe de vermos uma revolução em nossos preconceitos. No ambiente corporativo, no ambiente empresarial, ainda nos deparamos com um cenário de décadas atrás, excluindo ou marginalizando homossexuais ou pessoas com orientação sexual diferente da maioria. 

Preconceitos arraigados, limitadores, ultrapassados. Muitas vezes parece que algumas empresas vivem na Idade Média, com princípios completamente desnecessários, já abominados nos países de economia mais avançadas. 

A capacidade produtiva de uma pessoa, seus princípios, sua conduta e suas competências não são determinadas jamais por sua orientação sexual, por incrível que isso possa ser óbvio, infelizmente não é assim que muitos empresário ou gerentes pensam. 

Esse pensamento tipicamente preconceituoso acaba fechando muitas oportunidades de trabalho para os homossexuais, e claro, as empresas com esse tipo de cultura perdem grandes profissionais, com capacidade para desenvolver projetos, ações e estratégias que alavancariam as mesmas. 

É chegada a hora, ou melhor dizendo, já passou da hora de nos abrirmos para uma conduta inteligente, mais despoluída de tantos estigmas. É preciso perceber que são outros tempos, evoluímos na compreensão de que todos nós temos direito ao respeito, a celebrar nossas diferenças e, sobretudo é preciso que todos tenham o direito, a palavra é essa, direito a sermos quem somos, sem que isso nos diminuísse perante o ambiente corporativo. 

Celebrar a diversidade é abrir a empresa para o tempo presente. É possibilitar todo um manancial de inovação e capacidade produtiva de quem tem muito a contribuir. Perceba, quanto maior a heterogeneidade de pensamentos, maior a possibilidade de ideias novas, da percepção de novas abordagens para as demandas de uma empresa. 

É preciso que estabeleçamos um ambiente harmônico e não tóxico para todos, sem distinção e isso só é possível com respeito às diferenças, com a crença de que somos todos iguais em nossos direitos a sermos quem somos, livres de julgamentos carregados de homofobia. 

Estamos em um novo mundo, pois que possamos construir este novo mundo com o coração aberto.  

Diversidade… E Respeito, sempre! 

Jean Tavares Leite é Psicólogo Organizacional e professor universitário. 

jeantavares@bol.com.br 

Crédito das Fotos: Luisa Dorr / Bloomberg

  

  

  

 

 

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