Depois de quatro mortes, ‘Sentinelas de Cristo’ voltam à Ponte Newton Navarro para impedir suicídios

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Ao receberem a notícia de que o governo estadual receberá R$ 2,7 milhões da União para obras de prevenção ao suicídio na Ponte Newton Navarro, os Sentinelas de Cristo soltaram fogos e cantaram para comemorar. Em vídeo publicado no Instagram do pastor Rubens Medeiros, idealizador do projeto, o grupo celebrou a novidade com rojões e música.

Os Sentinelas, que haviam levantado acampamento no dia 5 de julho, uma sexta-feira, depois de dois meses e meio de trabalho, tiveram que rearmar as tendas no domingo, dia 7. Isso porque a saída foi fatal: quatro suicídios aconteceram após deixarem o local. “Se sairmos daqui, volta a acontecer”, lamentou o jovem sentinela Leandro Mateus.

Apesar de comemorarem a liberação de verbas para as obras, a ação não tem previsão para encerrar novamente. O tempo de estadia é responsabilidade divina. “Isso aqui é uma obra de Deus, estamos pela vontade dele, não pela nossa”, explica o trompetista Murilo Soares de Oliveira.

A reportagem esteve no acampamento para apurar a situação do grupo e conversou com o músico, de 56 anos, que está com os Sentinelas desde o início do primeiro acampamento e diz já ter perdido as contas de quantas pessoas salvaram. Mesmo assim, ele guarda uma cartela com os dados de cada pessoa salva em seus turnos. “Eu guardo aqui nome, endereço, contato. Só na minha cartela foram 100 pessoas salvas. Juntando com os registros dos outros, foram mais de 200”.

Menos gente, mais organização

Ele destaca a maior organização após a volta. “Antes, tinha muita gente. Muitos vinham para aparecer, para fazer transmissões nas redes sociais, mas não ajudavam. Agora, apesar de ter menos gente, estamos mais focados”.

O rapaz ainda conta que o grupo alugou uma casa próxima ao acampamento, no bairro da Redinha, zona Norte de Natal. “É uma casa de apoio. Não dormimos lá. Serve para fazer comida, refeições, banhos, orações e para guardamos as doações lá”.

Donativos continuam a chegar ao local. De acordo com ele, as providências chegam na hora certa, como obra divina. “É obra de Deus: estava dando a hora de fazer um lanche quando chegaram trazendo dois fardos d’água e maçãs, então fui levar aos sentinelas. Mais cedo, uma moça veio deixar legumes, que já servirão para o almoço”.

Fonte: Portal no Ar

Imagem: José Aldenir

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