Tribunal de Justiça propõe reajuste salarial de 4,9% para servidores

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte encaminhou projeto de lei complementar à Assembleia Legislativa pedindo reajuste salarial de 4,94%. O pedido visa reajustar “os vencimentos básicos dos cargos de provimento efetivo e estabilizados” e também os comissionados.

O reajuste, caso aprovado, será concedido em três parcelas e é retroativo a 1º de maio. A primeira parcela é de 2%, paga a partir de 1º de agosto. A segunda 1,47%, a partir de 1º de outubro; e a terceira de 1,47%, a partir de 1º de dezembro. Isso será feito assim para “diluir o impacto”.

Caso o reajuste resulte em elevação de despesa acima do permitido por lei, “será aplicado apenas a fração percentual disponível, restando a fração excedente para inclusão quando da existência de disponibilidade”.

O projeto encaminhado à ALRN foi aprovado pelo pleno do Tribunal dia 17 de julho deste ano. O reajuste faz referência ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no intervalo de maio/2018 a abril/2019.

Na justificativa do projeto é argumentado que “a recomposição está dentro das possibilidades orçamentárias do Poder Judiciário”. E que mesmo concedendo esse reajuste o TJ conseguirá se manter “nos patamares adequados em relação aos limites fixados na legislação.”

Projeto argumento que 4,9% é “mera reposição parcial da inflação

É alegado também que não há problema legal na concessão do reajuste porque “se trata de mera reposição parcial da inflação.” Esse entendimento baseia-se em Termo de Ajustamento de firmado com o Ministério Público do Estado e em decisão do Tribunal de Contas do Estado.

O projeto informa ainda que “as despesas decorrentes da execução desta Lei Complementar correrão à conta das dotações orçamentárias próprias do Poder Judiciário do Estado do Rio Grande Norte.”

O Rio Grande do Norte encontra-se em calamidade financeira desde o início do ano. Nesta terça-feira (13), servidores do Poder Executivo farão parada geral protestando contra salários atrasados e também com relação a reajuste de 16,5% que está tramitando na ALRN.

Esse reajuste diz respeito aos procuradores do Estado. Mais recentemente, os conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE) concederam a si próprios reajuste de 16,5% semelhante ao dos procuradores. Isso foi muito criticado por servidores.

Presidente do TJRN, João Rebouças, assina pedido de reajuste de 4,9% para servidores. Foto: Divulgação/TJRN

Presidente do TJRN, João Rebouças, assina pedido de reajuste de 4,9% para servidores. Foto: Divulgação/TJRN

Limites com despesa de pessoal serão apurados

Outra condição para a concessão do aumento é que a implantação de cada parcela está “condicionada à aferição da despesa total com pessoal do Poder Judiciário do Estado do Rio Grande Norte encontrar-se menor ou igual a 95% do limite legal”.

Esse limite será apurado estabelecido no art. 20 da Lei Complementar Federal nº 101, de 04 de maio de 2000, apurado em 31 de agosto de 2019. O artigo citado, da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) trata exatamente dos limites de gastos dos poderes.

O projeto é assinado pelo presidente do TJRN, desembargador João Rebouças. “Na certeza de que a matéria será inserida no ordenamento jurídico norte-rio-grandense, solicito tramitação prioritária do incluso Projeto de Lei Complementar.”.

O Tribunal de Justiça foi procurado para falar sobre o reajuste. Até a publicação o TJRN ainda não tinha respondido. O espaço permanece à disposição para possível resposta sobre quantidade de beneficiados e impacto financeiro do reajuste.

Em respostas, TJRN diz que “não se trata de reajuste”

OP9 entrou em contato com o Tribunal de Justiça para obter alguns detalhes com relação ao projeto que prevê o reajuste de 4,94%. Nas respostas, foi negado que se trate de reajuste. O Tribunal afirma que trata-se de “uma reposição de perdas”. Ainda nas respostas não foi informado o impacto financeiro nem o quantitativo de beneficiados.

Abaixo, a íntegra das perguntas e das respostas.

Fonte: OP9 RN

Imagem: iStock

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