Escritos da Pipa

Uns dias na Pipa - Foto: Arquivo Pessoal

Acordo cedíssimo para não perder um segundo do meu último dia, da milésima, enésima vez, que jogo meu corpo no mundo e baixo por uns dias na Pipa.  

Aposentado e com agenda nunca antes na história de minha vida, 100% a ver, combinei com esposa aqui ficar depois do Dia dos Pais em Jampa, e parto para fotografar em banda de lata e escrever o que bem desejar. 

Praia da Pipa – Foto: Arquivo Pessoal

De fotos só hoje, depois de 9.487 passos, já são 364, fora as de ontem e anteontem.  

Cheio de boas energias, imagens fartas e disposição de escrever idem, sento na Barraca da Beta e tento selecionar um turbilhão de inspirações. 

Os argentinos estão em toda parte, jovens, deixaram sua pátria, não estudam, só surfam, trabalham e curtem as coisas da juventude, mesmo que muitas vezes puxando um baseado e namorando que ninguém é assexuado.  

Observando eles em todas, pensei em sugerir a criação de uma espécie de cooperativa para adquirir bens e evoluir no empreendedorismo. Solitários ficam carentes, juntos podem progredir.  

Depois passei a pensar em outras coisas a abordar, mas os vendedores não deixam. Oferecem insistentemente tudo que for possível e, quando não conseguem, puxam papo, falam da família, do time e no portunhol hilário da ocasião, dão conselhos, desejam saúde e pedem que fiquemos com Deus. 

Foto: Arquivo Pessoal

Difícil escrever diante de ostras, tapiocas, cocadas, redes, massagens, sanduíches naturais cheios de carnes e molhos, tatuagens de henna, passeios de lancha, miçangas, picolés e até massagens nos pés.  

Eis a vida, cheia de possibilidades, fotos diversas, textos vários, serviços múltiplos, seres buscando viver, estar, sobreviver e existir. 

Reclamar de que? Estive nos EUA, tudo nos conformes, coisas delimitadas, reguladas. Ótimo? Claro, mas termina enjoando e ao chegar na feira do Brasil, na pluralidade dos apelos, nas normas aviltadas, nas leis relegadas, também percebo beleza, vida, necessidade informal de se manter ativo.  

A vida é isso, em cada canto um encanto, uma forma de acontecer e, estando por aí, com a mente aberta, coração compreensivo e disposto a imprimir essas pequenas observações cotidianas, permanecerei como uma testemunha fotografando, escrevendo, participando, vivenciando, sendo parte das partes deste TODO planetário. 

Luzzzzz. 

Flávio Rezende aos treze dias, oitavo mês, ano dois mil e dezenove, 11h59. Praia da Pipa/RN/Brasil.  

Mais no www.blogflaviorezende.com.br  

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Crédito das Fotos: Arquivo Pessoal

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