A Reforma Administrativa e as Corporações

O futuro de nosso país é sequestrado todos os dias pelo corporativismo tenebroso que manda em nossos representantes. Este corporativismo está em todas as esferas, em todos os poderes, nos mercados e, pior ainda, na mente das pessoas que, acostumadas a este assédio por parte das corporações, se tornou passiva e eterna financiadora dos benefícios e privilégios destas.

Vendo as reações das várias corporações sobre a proposta de reforma administrativa, onde atinge alguns pressupostos direitos do funcionalismo público e o recuo por parte do governo Bolsonaro na apresentação desta proposta ao Congresso, fica claro o quanto estas corporações são fortes e em nada estão preocupadas com o futuro do país, seja ele fiscal ou moral. É cristalino que pouco importa que estes “direitos”, que pra mim são privilégios, prejudicam a produtividade e o equilíbrio fiscal dos serviços públicos brasileiros e, que evidentemente, os mais prejudicados são sempre os mais pobres que deles dependem muito mais que os mais ricos.

Vamos nos ater apenas a um único item que demonstra o quanto estes privilégios são danosos ao nosso país: a estabilidade.

Este privilégio foi concebido para que funcionários que entrassem em determinado governo, não fossem perseguidos ou sumariamente demitidos num próximo. Numa primeira avaliação me parece justo, mas quando vemos no que se tornou a estabilidade, uma muleta para que inúmeros (obviamente que não todos) funcionários não cumpram com suas funções, que não cumpram com horários ou que façam estes trabalhos de qualquer forma, punindo sempre aqueles que necessitam destes serviços.

 

“Direitos iguais para todos, privilégios especiais para ninguém.”
-Thomas Jefferson-

Thomas Jefferson

Ter metas e ter certeza que estas sejam cumpridas é premissa para avaliarmos funcionários em qualquer empresa. No serviço público, na enorme maioria dos casos, isto não é possível. Pior que isto, mesmo que notadamente determinado funcionário não cumpra com seu compromisso, este dificilmente será demitido porque a burocracia para tal, impede esta demissão. Casos de demissão por negligência são raríssimos.

A qualificação do serviço público não pode estar atrelada apenas a um concurso feito há anos, sem que haja acompanhamento das funções, produtividade e da qualidade deste funcionário durante os anos. Oras, faz algum sentido pagarmos salários para pessoas que não possuem qualificação para nos servir? O brasileiro paga impostos demais para que não exista qualidade nos serviços que devem ser prestados pelo Estado, no caso, por estes funcionários.
A Argentina deve servir de lição para nós. Reformas não podem ser adiadas.

Com certeza abordaremos mais vezes este assunto sobre as corporações que atuam neste país, mas quem quiser ter acesso a um livro fantástico sobre os privilégios que assolam nosso país, leiam o “Direitos Máximos, Deveres Mínimos” do Bruno Garschagen.

Contarei um caso meu em uma entrevista com um magistrado de nossa terrinha.
Se preparem.

Eduardo Passaia

Consultor de empresa na área de tecnologia, turismólogo e liberal.

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