Aluna da UFRN propõe estudo para aumentar conservação de biodegradáveis

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Vencedora do 3° lugar da categoria Trabalho Destaque de Iniciação Científica e Tecnológica no 30º Congresso de Iniciação Científica e Tecnológica da UFRN (eCICT 2019), a pesquisa de Stephany Miranda com lactobacilos está trazendo inovação ao estudo de produtos biodegradáveis na UFRN. O estudo da discente do 5° período de Engenharia de Alimentos procura analisar o potencial antimicrobiano presente nos compostos do Lactobacillus rhamnosus e, com isso, ampliar a durabilidade de embalagens biodegradáveis e garantir uma efetiva proteção e conservação dos alimentos protegidos por elas.

Iniciada dentro do Laboratório de Bioprocessos, localizado no Laboratório de Engenharia de Alimentos da UFRN, a análise de Stephany faz parte do conhecimento compartilhado pelo grupo de pesquisa sobre produtos biodegradáveis coordenado pelas professoras Márcia Pedrini e Kátia Matsui. Sobre o contexto que motivou o estudo da aluna, a professora-orientadora do artigo de Stephany, Márcia Pedrini, afirma que a característica suscetível à umidade e ao calor das embalagens biodegradáveis foi o ponto-chave para a construção do trabalho.

A vantagem das embalagens biodegradáveis é o fato de se decomporem rápido, porém, ao mesmo tempo, faz com que ocorram problemas em relação à vida de prateleira do produto e ao quanto o produto fica hábil de ser consumido depois de ser embalado. “Essas embalagens têm algumas propriedades em relação à transferência de oxigênio e umidade, mas precisam de proteção. Então surgiu a ideia de fazer essa proteção com metabólitos de microrganismo, já utilizados para aumentar a vida de prateleira de produtos lácteos. Esses metabólicos de microrganismos são biocidas, ou seja, são contra alguns outros microrganismo que são patogênicos”, afirma Márcia.

Stephany Miranda comenta que o projeto estava parado quando chegou ao Laboratório e que o assumiu no início de 2019, começando pela verificação do Lactobacillus como forma de garantir que ele seria eficaz para garantir proteção às embalagens biodegradáveis. “Fizemos vários testes e descobrimos que tinha esse composto de capacidade antibacteriana. Utilizamos [paras os testes] o meio normal de crescimento do Lactobacillus e também um incremento, o soro de leite de búfala, valorizando um subproduto da indústria local de laticínios, além da proteína isolada, o Whey Protein. Então, a gente verificou onde o Lactobacillus produzia mais capacidade antibacteriana”, declara.

De acordo com Stephany, mais testes precisam ser feitos para o aprimoramento da pesquisa de separação desse composto do Lactobacillus, para que apresente um melhor resultado na etapa final, que é a de aplicação em embalagem, e funcione. Atualmente, a pesquisa está nessa segunda fase. Com o estudo realizado e apresentado no e-CICT 2019, já se sabe que o Lactobacillus tem a propriedade desejável e tem potencial para ser usado nas embalagens, mas agora é preciso identificar qual a substância específica da bactéria que tem essa propriedade.

Após a identificação, o grupo de pesquisa vai concentrar e caracterizar esse componente biocida de capacidade antimicrobiana para saber que tipo de composto ele é, se é um ácido ou uma proteína. Segundo a professora Kátia Matsui, colaboradora do projeto do Laboratório de Bioprocessos, “o próximo passo é incorporar esse agente em nossa matriz fibrogênica e avaliar se esse filme biodegradável consegue manter essa característica antimicrobiana. A partir daí, vamos avaliar em qual tipo de alimento ele se adequaria melhor, garantindo uma barreira a mais na proteção do alimento”, conclui.

Os próximos passos

Para a coordenadora do curso de Engenharia de Alimentos, Beatriz Salomão, o prêmio de destaque recebido por Stephany Miranda no XXX Congresso de Iniciação Científica e Tecnológica da UFRN trouxe bastante orgulho a todos. “Sabemos que ela concorreu com vários outros projetos de peso, projetos desenvolvidos aqui dentro da Universidade e que sabemos que possuem um grande valor acadêmico. Então nos deixou muito contentes saber que é um prêmio para o nosso curso”, revela contente.

Como prêmio, Stephany receberá uma bolsa de R$ 600 para a continuação do trabalho no Laboratório de Bioprocessos durante todo o ano de 2020, de janeiro a dezembro. Ela conta, ainda, que, atualmente, o foco do estudo é aplicar a propriedade antimicrobiana em embalagens biodegradáveis, mas que nada descarta a aplicação em outros campos, como vestimentas hospitalares, que precisam diariamente de proteção e segurança no manejo.

Por sua vez, a professora Márcia Pedrini comenta que elas já estão tentando tornar o projeto mais viável ao utilizar resíduos da indústria local do soro de leite para a realização do estudo. Dessa forma, o custo não se tornará tão caro quando a produção das embalagens biodegradáveis com a composição antimicrobiana forem colocados em prática. Com embalagens mais fortes, a solução para substituir o uso do plástico se torna cada vez mais visível. O meio ambiente agradece desde já.

Imagem: Reprodução

Fonte: Agecom UFRN

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