Politicamente Correto

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Meus amigos, pra muitos o carnaval já começou tem alguns dias.

Muitos bloquinhos pela cidade, bandinhas e trios, né?

Mas tem uma coisa chatíssima nesta época.

Há pelo menos uns 3 ou 4 anos, temos o mesmo lenga lenga com relação às marchinhas, fantasias, máscaras, enfim, a bobageira bateu forte no carnaval.

O politicamente correto é uma praga que veio para ficar, minha gente.

Se você cantar “Olha a cabeleira do Zezé” ou “Maria Sapatão”, vem gente te apontando o dedo e te chamando de homofóbico; se alguém for pego cantando “O teu cabelo não nega mulata”, vão querer prender esse cara por racismo e ainda vão dizer que existe a sexualização da figura feminina.

Oras, e as funkeiras que exaltam que o tal empoderamento feminino está todo no sexo? Mas que claro, aqueles mesmos que atacam as marchinhas, protegem este gênero musical (desculpem pelo musical), alegando ser algo cultural e da liberdade de expressão da comunidade.

Te dizem agora, que é errado se pintar de negro, ou se vestir de índio (outro dia uma amiga tentou me corrigir, dizendo que eu deveria escrever: indígena), ou homem se vestir de mulher.

Determinadas máscaras também não podem, pois ofendem de alguma maneira, alguma pessoa que teria algum problema.

Acho que já cansou essa balela de que nada pode porque ofende a hipersensibilidade de uma geração cheia de mimimi, que não pode escutar ou ver nada que não seja totalmente de acordo com aquilo que acreditam ser o correto.

Fora o sequestro das narrativas sensacionalistas de que tudo está inserido num contexto de racismo, de homofobia ou de misoginismo.

Algumas marchinhas realmente tem péssimo gosto, mas não se pode colocá-las como racistas em si ou como degradadoras das mulheres. São músicas centenárias que demonstram muito da cultura da época e que, se você acredita estarem erradas, pense em como escutá-las hoje, pode ser um alerta de como estamos evoluindo.

Esta coisa de fantasias e máscaras chega a um nível extremo de alucinação estúpida coletiva.

O politicamente correto, na falsa intenção de acabar com conceitos e preconceitos é o maior promotor disto que finge combater. Ele virou uma ditadura onde o mais importante não é o que se diz, mas sim quem diz.

Se você está no grupo que sequestrou a primazia sobre o bem, você está liberado pra tudo, pra ofender, pra atacar, pra agredir, pra cuspir, enfim, você está protegido sob o manto de ser politicamente correto e estar do lado correto da história, lado correto entre aspas, tá? E ai de quem exigir uma equidade entre tratamentos.

Do jeito que vai, daqui a algum tempo, teremos o carnaval com pessoas quietinhas, meditando, ouvindo apenas músicas que exaltem a natureza, sem mencionar seres humanos, pois sabe como é, podemos ofender alguém entre os bilhões que vivem na Terra.. Ah, e todas vestidas de branco, ops, de branco não, pois talvez isto seja ofensivo demais, me desculpem.

Bom carnaval!

Escute o episódio “Politicamente Correto” no meu podcast Livres Ideias:

https://open.spotify.com/episode/1s6fUDny4Q0qV3Qs45JXRE

Eduardo Passaia

Consultor de empresa na área de tecnologia, turismólogo e liberal.

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