Brasileiros ainda têm percepções erradas sobre coronavírus, aponta pesquisa

Pesquisa exclusiva do instituto FSB para a CNN aponta que quase a totalidade dos brasileiros já tomou ciência da pandemia do novo coronavírus. De todos os 2.000 entrevistados, 99% afirmam já ter ouvido falar da COVID-19. No entanto, o levantamento mostra que persistem percepções equivocadas sobre os comportamentos ideais a serem tomados no controle da doença.

A pesquisa mostra que a maioria acredita que os sintomas são sempre perceptíveis (80%), que qualquer sintoma justifica uma ida ao hospital (71%), e que o uso de máscara é o suficiente para evitar a disseminação do coronavírus (58%). Essas percepções contrariam as recomendações oficiais das autoridades de saúde.

Em relação ao sintomas, o novo coronavírus pode ser assintomático em muitos pacientes, que são capazes de transmitir o vírus mas não manifestam nenhum sintoma da doença, como corisa, febre ou tosse.

Em relação ao atendimento de saúde, a manifestação dos primeiros sintomas justifica que o paciente se coloque em isolamento, mas não que necessariamente procure o hospital, a menos que possua o conjunto de sintomas necessários para consolidar a suspeita de COVID-19.

Por fim, em relação ao uso de máscara, a proteção não é suficiente para que o vírus não se dissemine, que também demanda que o doente esteja isolado ao máximo de indivíduos saudáveis.

Percepção sobre a doença

Apesar do engano em relação a algumas percepções sobre o novo coronavírus, os brasileiros estão preocupados, em sua maioria, com a pandemia. De acordo com o levantamento do instituto FSB, a situação do coronavírus é grave para 65% e, ao todo, 75% responderam ter “muito medo”, “medo” ou um “medo médio” da doença.

Para 63%, o novo coronavírus é grave no Brasil e no resto do mundo. Para 28%, é grave em outros países, mas menos ou pouco grave no Brasil. Para 6%, é pouco grave tanto no país quanto fora. E para 1% é grave no Brasil, mas não em outros países.

Restrições

A ampla maioria dos brasileiros apoia as medidas de restrição adotadas pelo governo federal e pelos governos estaduais. Os brasileiros apoiam a proibição de shows e eventos culturais (92%), interrupção do futebol e eventos esportivos (91%), fechamento de escolas e academias (90%) e a interdição de praias (89%).

Com um apoio menor, mas ainda significativo, está o fechamento de bares e restaurantes, defendido por 81% dos entrevistados.

Os governos estaduais são mais bem apoiados que o governo federal no combate à COVID-19. Segundo o instituto FSB, a conduta dos governos estaduais é considerada “muito boa” ou “boa” para 50%, enquanto o governo federal é aprovado por 43% neste tópico.

Se considerado o Ministério da Saúde de forma separada do restante da administração de Jair Bolsonaro, esse percentual sobe para 49%. As prefeituras aparecem em último, com 41%.

Importante frisar que há margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e que os 2.000 entrevistados são originários das 27 unidades federativas. Portanto, as respostas para os governos estaduais e municipais dizem respeito aos prefeitos e governadores do estado ao qual o entrevistado pertence.

Prevenção

A pesquisa perguntou aos brasileiros quais cuidados estão tomando para se prevenir de contágio com o vírus que causa a COVID-19.

A medida mais adotada foi lavar as mãos com maior frequência, que recebeu a resposta positiva de 95% dos entrevistados. As outras medidas mais adotadas são evitar frequentar locais com aglomerações (89%), evitando cumprimentar outras pessoas com apertos de mão, abraços e/ou beijos (88%) e evitando ir a bares ou restaurantes (88%).

O percentual de brasileiros que está utilizando álcool em gel para higienizar as mãos é de 75%. As medidas com menor taxa de adesão são a estocagem de alimentos e outros produtos (17%) e o uso de máscara (8%).

Fonte: CNN Brasil

Imagem: Ricardo Moraes/Reuters

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