Vendas de ovos de páscoa devem se manter estáveis

Nos supermercados os produtos ainda se acumulam nas prateleiras e alguns fazem promoções - Foto: Alex Régis

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A pandemia do coronavírus, o fechamento parcial do comércio e a paralisação das atividades em diversos setores devem manter estável o mercado de vendas de ovos de Páscoa, barras de chocolates e produtos relacionados à comemoração no Rio Grande do Norte. Essa é a projeção feita pela Associação dos Supermercadistas do RN (Assurn), que alega que as vendas devem permanecer estáveis em relação a 2019, com leve variação de 5% para mais ou para menos. Por outro lado, produtores independentes e confeiteiros artesanais alegam queda na procura e alguns até chegaram a abdicar da fabricação dos itens.

De acordo com o presidente da Assurn, Nelson Leiros, o movimento nos supermercados nas semanas que antecedem a comemoração da Semana Santa está sendo “normal”. “Até agora o nosso movimento tem sido normal, inclusive com relação a saída de ovos de páscoa. A projeção deve se permanecer no que foi vendido no ano passado. Acho que deve ficar entre ou 5% para mais ou 5% para menos. Mais do que isso não vai ter não”, aponta o presidente da entidade, Nelson Leiros.

Ainda de acordo com o empresário, por serem produtos vendidos em uma época específica do ano, os ovos de páscoa, caso se acumulem, possuem orientações particulares caso haja acúmulo de estoque após o feriado. “Como é um produto sazonal, sempre se trabalhou em consignação. Tudo isso é comprado nesses moldes. O que a gente vende, presta conta às empresas e o que não vende pode devolver. Normalmente eles mandam fazer uma liquidação para poder escoar o produto”, explica.

Quem pretende comprar um ovo de páscoa mesmo com a atual crise no mercado é Jean Carlos da Silva, 31 anos. Colaborador de um cruzeiro na Noruega e de férias em Natal, apesar do preço considerável, ele não quer deixar de escolher o chocolate que mais gosta. “Para mim vai dar pra comprar, não vou escolher o mais caro, porque tudo aumentou depois disso. Mas vou escolher este, porque gosto muito”, diz, apontando para um ovo de páscoa que custa cerca de R$ 65.

Por sua vez, a aposentada Dora Caravina, 65 anos, comenta que comprou um ovo de páscoa industrializado no ano passado, mas que esse ano vai optar por um produto artesanal, feito por uma amiga. “Eu compro um de 500 gramas a R$ 60. Sai mais em conta”, comenta.

O mercado de ovos artesanais e produtos feitos por confeitarias independentes também está sendo afetado com a pandemia do novo coronavírus. Quem resolveu abrir mão da produção de seus ovos de páscoa para venda foi a natalense Sílvia Ribeiro Dantas, empresária da Dona Celi Confeitaria. Em uma publicação nas redes sociais, ela anunciou que a decisão foi tomada para diminuir as idas aos estabelecimentos em busca dos insumos necessários para a elaboração dos seus chocolates.

“Não tinha comprado as coisas antes do coronavírus ficar mais intenso. Depois disso fiquei sem querer ir ao Alecrim, pois teria que ir comprar embalagens, produtos que usamos. A equipe é pequena e não tenho como separar quem compra e quem produz”, alega. “Nesse caso, na confeitaria, se a pessoa não estiver de máscara, não tiver os cuidados necessários, pode terminar indo para o cliente”, acrescenta.

Na Mr Cupcake, por exemplo, fundada há dois anos por Thiago Guerreiro e César Rodrigues, registra uma redução de 60% nos pedidos dos clientes. Quando se compara ao período da páscoa do ano passado, esse percentual atinge os 80%, de acordo com as projeções dos gestores. “Essa semana é a crucial, normalmente já temos pedidos antes. Nesse período as pessoas não só presenteiam, elas já começam a consumir o produto com um mês de antecedência. O que não aconteceu nesse ano. Esse consumo está começando agora em menor escala e demorou mais para acontecer”, aponta Thiago Guerreiro.

Delivery

O perfil Sweet Coffe Week reuniu produtos, preços e opções para a Páscoa com serviço de entregas em domicílio. Pelo próprio perfil é possível fazer um tour pelas opções disponíveis nas casas do gênero, conhecer os produtos e escolher o que quer comer ou presentear nesta Páscoa.

Ao acessar o Instagram @sweetcoffeeweek, o cliente fica por dentro das coleções de Páscoa das marcas da cidade, além das promoções especiais, escolhendo o produto que “substituirá o seu abraço adiado”, como diz a campanha.

Além de um mundo doce, o Sweet Coffe week apresenta o coelho Boy Hug, símbolo da nossa campanha de Páscoa – “Longe dos abraços, coladinho com a doçura” – criado pela artista plástica Janyne Azevedo, atendendo o convite da jornalista e empreendedora Eline Eulália, uma das responsáveis pelo Sweet Coffee, pensado com um alento neste momento onde estamos nos reinventando e nos adaptando em uma temporada em casa.

“A ideia é preservar a celebração em torno da Páscoa, mantendo a tradição de presentear com ovos. Só que dessa vez, coelhinho botou um capacete e vai de moto fazer a entregas”, explica Eline Eulalia sobre o serviço de entrega que as empresas ofertam para os clientes.

No perfil do Instagram @sweetcoffeeweek os seguidores ainda podem mandar recados, por meio de um cartão virtual para quem desejaram e ter suas mensagens compartilhadas pelas rede sociais parceiras, além do próprio perfil do Sweet Coffee Week Ou imprimir cartões criados pela hand lettering, Paloma Felipe, para acompanhar os mimos.

Nacional

Se no Rio Grande do Norte as previsões são de estabilidade, a crise provocada pelo novo coronavírus gerou mudanças e alterações no mercado de ovos de páscoa. A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) estima que as vendas de Páscoa devem ser mais fracas na comparação com anos anteriores, devido a ocorrência da pandemia de coronavírus (Covid-19).

“A expectativa de vendas do varejo para a Páscoa pode ser fraca, e também vai depender muito se até lá nós estivermos ainda no isolamento. Como está hoje, vai reduzir não só a procura, mais também a abertura de lojas. Para aquelas que vão poder abrir, como os supermercados, o movimento deve ser mais fraco do que no ano passado”, analisa Marcel Solimeo, economista da ACSP.

“Agora, o grande problema dessa data é que os pequenos produtores de ovos de Páscoa, que vendem em pequenas quantidades em vários locais – e não nas grandes redes de supermercados – podem ter uma dificuldade muito grande para vender. Para eles, o risco do prejuízo é maior”, alerta o economista da ACSP.

Outra entidade que se manifestou sobre o assunto foi a Associação Brasileira de Indústria de Chocolates, Amendoins e Balas (Abicab), em comunicado oficial, disse que a recomendação de isolamento social “freou uma série de iniciativas, eventos e lançamentos programados para o período”. A entidade disse ainda que “canais de varejo importantes para a data seguem em funcionamento, o abastecimento está garantido, mas não há como negar o impacto emocional e econômico gerado pelo lockdown na maior parte do País”.

Crédito da Foto: Alex Régis

Fonte: TRIBUNA DO NORTE

 

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