Comerciantes e prestadores de serviço do RN apostam em voucher pós-quarentena pra manter negócios

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Os vouchers têm sido apostas de alguns comércios, empreendimentos, casas culturais e prestadores de serviço neste período de pouca ou nenhuma atividade por conta das medidas de prevenção ao contágio do novo coronavírus no Rio Grande do Norte.

A ideia se baseia, em geral, no seguinte: eles vendem vouchers com valores diversos ou produtos já definidos e quem comprar vai poder usufruir deles quando as atividades retornarem.

A Casa da Ribeira, um dos principais centros culturais do estado, usou dessa estratégia para poder manter as contas em dias neste período. Há um mês, o espaço abriu a compra de vouchers em troca de ingressos para peças de teatro, aulas de teatro, camisas e outros produtos. Encerrada na segunda-feira (27), a primeira etapa da campanha arrecadou mais de R$ 35 mil – um pouco acima da meta estabelecida.

“Antes de completar 30 dias de campanha, havíamos atingido a meta de R$ 35 mil, o que garante a manutenção dos funcionários e insumos básicos para 3 meses”, explicou o co-fundador e diretor da Casa da Ribeira, Henrique Fontes.

“Propusemos a venda de vouchers para esses produtos (ingressos e aulas) que a Casa já vende, assim como brindes como camiseta, caneca e até uma obra de arte em xilogravura feita pela artista visual Cecília Guimarães”.

O espaço tem funcionado com aulas virtuais, mas os vouchers seguem sendo vendidos até o próximo dia 3 pela internet. “Tem sido muito bonito de ver como a Casa da Ribeira tem uma rede de afeto em Natal e pelo Brasil. As pessoas realmente se mobilizaram”, comentou Henrique.

Quem também precisou parar as atividades foi o tatuador Micael Oliveira. Como medida de prevenção e com as restrições dos decretos estaduais, todos os clientes que estavam agendados foram cancelados.

Sem poder se valer de outras estratégias, como delivery, em seu tipo de negócio, Micael tem produzido desenhos e colocado à venda pela internet. Assim, o cliente reserva a tatuagem para fazê-la depois do período de isolamento.

“Estou movendo algumas coisas para não ficar na mão. Então, estou cobrando uma pequena taxa para reservar o desenho e dou um desconto na tatuagem. É um valor abaixo do que eu cobraria para fazer. Não seria igual”, explicou.

Segundo ele, as pessoas têm se mostrado interessadas nessas reservas. “Elas estão procurando. Como eu estou cobrando uma pequena taxa pra reservar, é o que está salvando”, comentou.

Micael fazia de 30 a 40 tatuagens em meses considerados bons no Lamparina Estúdio Tattoo. Ele conta ainda que como trabalha diretamente com as imagens postadas nas redes sociais, isso também tem sido afetado no negócio.

“Fazendo as tatuagens, algumas consequentemente eu posto no Instagram. A gente depende muito disso. E está bem complicado. Como não tem novas tatuagens, não tem novas fotos. As que tinham já foram postadas. Então, tenho perdido seguidores. Com a falta de tatuagens, no máximo postamos desenhos que estamos produzindo”, explicou o tatuador.

Os bares também fazem parte de um segmento afetado pela crise e que apostaram em vouchers. O Dom Vinícius é integrante de uma campanha de uma marca de cerveja e também tem negociado por conta própria alguns vouchers.

“Nós temos os nossos próprios vouchers. Eles funcionam tanto para depois da quarentena, quando o bar reabrir, como também para agora, que estamos fazendo entregas delivery. A maioria já está usufruindo de imediato”, explicou Joseneide Araújo, gerente do bar.

Apesar disso, ela explicou que o faturamento deve ter caído em “até 98%” neste período. “Nós somos um bar que tem o estilo de balada e não propriamente de petiscos e outras coisas”.

Segundo ela, o apoio de amigos e clientes próximos tem ajudado a segurar o estabelecimento. “A gente ainda se segura porque temos clientes que querem muito que a gente siga”, contou.

Mas as vendas caíram tanto que eles passaram a abrir para delivery apenas de sexta a domingo e em horários de almoço. A ação que mais rendeu até agora foi uma promoção de cerveja que o Dom Vinícius fez a preço de custo. “Esgotou em duas horas. O produto estava parado e precisávamos do dinheiro”, falou.

Fonte: G1 RN

Imagem: divulgação

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