Exame de sangue pode detectar câncer anos antes dos primeiros sintomas

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Pesquisadores da Universidade de Fudan, na China, desenvolveram um exame de sangue capaz de diagnosticar diferentes tipos de câncer cerca de quatro anos antes do surgimento de quaisquer sinais. O novo teste foi chamado de PanSeer, e seus resultados preliminares foram publicados na última terça-feira (21) na revista científica Nature.

O exame é baseado na metilação do DNA. Ele analisa o plasma sanguíneo em busca dos chamados grupos metil, moléculas que costumam aparecer no DNA de possíveis tumores.

No novo estudo, os pesquisadores utilizaram amostras previamente cedidas por pacientes voluntários para treinar um algoritmo e, a partir disso, desenvolver um sistema capaz de identificar grupos metil no DNA. Dessa forma, poderiam apontar tumores silenciosos. Parte dos pacientes tinham um dos seguintes cinco tipos de câncer: de estômago, colorretal, fígado, pulmão ou esôfago.

Depois, com o software devidamente treinado, ele foi aplicado em 605 amostras coletadas de voluntários entre 2007 e 2014. Dessas pessoas, 191 desenvolveram um dos cinco tipos de câncer avaliados no estudo – e 95% delas deram positivo no PanSeer. Entre os 414 voluntários que não desenvolveram a doença, o teste também teve alto índice de acerto: deu negativo em 96% dos casos.

Detectar o câncer de forma precoce aumenta dramaticamente as chances de sobrevivência. No estudo chinês, os pesquisadores mostram que 91% dos pacientes que descobrem o câncer em fase inicial continuam vivos cinco anos depois. Já no grupo que só descobre a doença em estágio mais avançado, a taxa de sobrevivência cai para 26%.

O exame também tem a vantagem de ser menos invasivo do que outros, como a colonoscopia e a mamografia. No entanto, não foi capaz de indicar qual dos cinco tipos de câncer o indivíduo tinha; somente apontar que havia um tumor em algum lugar do corpo.

Os pesquisadores reforçam que os resultados, apesar de animadores, são preliminares, já que foi testado um número consideravelmente baixo de pessoas. Outros ensaios devem ser feitos no futuro para confirmar a eficácia do método.

Fonte: Revista Superinteressante

Imagem: Getty Images

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