“A Voz Suprema do Blues” traz performances singulares de um drama autêntico, musical e absoluto

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A adaptação da peça teatral de August Wilson sobre a cantora Ma Rainey, ganhou uma produção cinematográfica para o streaming da Netflix, com produção de Denzel Washington, Todd Black e Dany Wolf, A Voz Suprema do Blue, traz a vida glamorosa e árdua da grande artista de blue Ma Rainey (Viola Davis), também conhecida como a “mãe do blues”, em uma relação nada agradável com a indústria fonográfica, ela ainda têm de enfrentar o super-ego de seu trompetista Levee (Chadwick Boseman), que almeja ter mais destaque do que a própria cantora.

O blues sempre foi um estilo dominado por homens, mas na década de 1920, o gênero teve uma nova voz, que ganhou notoriedade e conquistou as rádios e casas de shows pelos Estados Unidos, com mulheres assumindo os vocais e ajudando a popularizar o estilo musical pelo país. Entre essas, Ma Rainey foi a precursora da sua geração a gravar suas canções e a influenciar outras cantoras a adentrarem desta onda do Blues que dominava a década, ainda mais em tempos em que os homens e principalmente os brancos davam suas opiniões e decisões finais. Ma Rainey, foi uma artista negra que não deixava ser controlada, apesar da indústria tentar ao máximo ter o controle de suas posições, mas ela segurava as rédeas e conquistava seu espaço.

Do outro lado da cena, havia sua banda, que esperava a grande cantora em uma pequena sala abafada, ensaiando suas músicas, para as gravações de Ma. Na banda havia o trompetista Levee, um visionário, que acreditava que uns toques de jazz deixaria as produções mais dançantes e convidaria mais gente a conhecer e curtir a musicalidade, porém, a determinação e convicção de Ma Rainey em cantar apenas o que estava em sua alma musical falava mais alto, e deixava o jovem músico de lado, ainda mais depois que ele resolveu se envolver com a namorada da cantora Dussie Mae (Taylour Paige), uma garota bonita e vaidosa que adorava se exibir durante as gravações no estúdio.

Essas controvérsias e disputas, traz debates explosivos entre a banda, o trompetista e as veracidades descritas na história, entre verdades e mentiras que cambiaram a narrativa inerente desta trama, permeada por um drama de rivalidade, poder e autoridade, em que a experiência e as virtudes particulares contam mais do que anseios idealistas em recriar algo em cima de uma grande referência.

Um longa promissor, que mostra performances exuberantes de Viola Davis, e ainda traz a última presença de Boseman nas telas, de maneira visceral e autêntica, ele abrilhantou e encerrou lindamente sua passagem neste plano, com uma homenagem distinta e expressiva à sua carreira, desempenhando uma carga dramática inigualável e vistosa.

Aos amantes do blues, A Voz Suprema do Blue encontra-se disponível no catálogo de streaming da Netflix, para levar entretenimento e intensidade a uma comovente trama de dicussões, autocracia e música.

Fonte: O Barquinho Cultural

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