Procon pede esclarecimentos após gasolina superar os R$ 6 reais em Natal

Em um posto na Rota do Sol, a gasolina aditivada já custava R$ 6,20 por litro; na maioria, a gasolina comum vale R$ 5,99 por litro - Foto: Adriano Abreu

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Após constatar o aumento repentino do preço dos combustíveis em Natal, sem que a Petrobras tivesse anunciado novo reajuste nas refinarias, o Instituto de Defesa do Consumidor (Procon Natal) pedirá aos proprietários de postos esclarecimentos de como se deu tal aumento. O levantamento foi concluído nessa quinta-feira (27). O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sindipostos RN) reforçou que não se posiciona sobre aumento dos preços. O preço da gasolina aditivada na zona Sul da capital superou a cifra dos R$ 6, o que gerou irritação entre motoristas.

De Norte a Sul da cidade, os consumidores se surpreenderam com a mudança nas bombas porque não houve qualquer anúncio da Petrobras sobre reajustes nas refinarias, fato que sempre antecede a troca de preços nos postos de combustíveis. O aumento alcançou não apenas a gasolina comum, que chega a R$ 5,999 nas bombas, mas também outros combustíveis como o etanol (R$ 5,599) e o diesel (R$ 5,199).

O Procon Natal verificou os preços e não identificou as razões para a alta. “O Procon foi a campo na quarta-feira e pesquisou nos postos que houve realmente um aumento no preço dos combustíveis, mas nada que o justifique. Agora, deverá chamar os postos para que apresentem as razões para reajustar sem aumento da Petrobras”, explicou Alessandro Márcio, do Núcleo de Pesquisa do Procon Natal. A medida, no entanto, caberá à diretoria do órgão, que, se identificar irregularidades nos preços praticados poderá autuar os donos dos empreendimentos.

O Sindipostos/RN informou, mais uma vez, que não se pronuncia sobre aumento de preços, mas pontuou que cerca de um terço do valor da gasolina se deve ao etanol, que sofreu uma alta em todo o país.

A disparada no preço do biocombustível durante este mês de maio foi apontada numa pesquisa realizada entre os dias 1º e 21, pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). De acordo com o estudo, o valor médio do etanol hidratado subiu 2,71% em 24 Estados e no Distrito Federal.

De acordo com o levantamento, esse combustível perdeu competitividade em relação à gasolina, em parte, à baixa oferta, já que a moagem da safra 2021/2022 de cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil está atrasada e a expectativa é de produção menor do que na temporada anterior, além de um mix mais açucareiro, o que significa que uma parte maior da cana é destinada à produção de açúcar. Com isso, há menos disponibilidade para a produção de etanol.

Em Natal, segundo a pesquisa da ANP, 25 postos participaram da pesquisa, que é anterior à do Procon Natal, sendo R$ 4,580 o menor preço encontrado para o etanol hidratado e R$ 5,260 o maior, na semana pesquisada. Contudo, nessa quinta-feira (27), uma semana depois, o valor já chegava a R$ 5,599 em alguns postos.

Já a gasolina comum, que sofre impacto do preço do etanol em sua composição, variou entre R$ 5,490 e R$ 5,899 naquela semana, mas já se encontra a R$ 5,999 (pelo litro comum) em alguns estabelecimentos da capital potiguar.

Petrobras

Dessa vez, o aumento no preço das bombas em Natal não se deve à política da Petrobras. A última mudança que a estatal tinha promovido nos preços nas refinarias foi no dia 1º de maio, quando reduziu os valores. O litro da gasolina passou de R$ 2,64 para R$ 2,59 (– R$ 0,06 ou -1,9%), enquanto o do diesel caiu de R$ 2,76 para R$ 2,71 (– R$ 0,05 ou -1,8%). Antes disso, o reajuste anterior, que aumentou os preços, tinha ocorrido em 16 de abril, sendo de 3,7% no preço do diesel e de 1,9% no da gasolina.

A companhia reafirmou que sua política de preços de combustíveis são “associadas ao mercado internacional e à taxa de câmbio” e têm influência limitada sobre os preços percebidos pelos consumidores finais. Como a legislação brasileira garante liberdade de preços no mercado de combustíveis e derivados, a mudança no preço final dependerá de repasses feitos por outros integrantes da cadeia de combustíveis. Até chegar ao consumidor são acrescidos tributos federais e estaduais, custos para aquisição e mistura obrigatória de biodiesel e etanol anidro, além das margens brutas das companhias distribuidoras e dos postos revendedores de combustíveis.

Crédito da Foto: Adriano Abreu

Fonte: TRIBUNA DO NORTE

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