O Rio Grande do Norte recicla apenas 2% de todo o lixo produzido e perde, com isso, R$ 670 milhões por ano com a conversão de resíduos sólidos em novos produtos, conforme apontam os dados do Sindicato das Indústrias de Reciclagem e Descartáveis do RN (SindRecicla-RN).
Nesse cenário, a produção de resíduos eletrônicos chama atenção. No ano passado, foram geradas, em média, 16.636 toneladas desse tipo de material somente na Região Metropolitana de Natal. O número tem como base o relatório The-Global-E-waste-Monitor-2020, da Organização das Nações Unidas (ONU). Para tentar mudar o quadro atual, o Governo do Estado lançou nesse sábado (5), Dia Mundial do Meio Ambiente, a campanha RN + Limpo.
O projeto acontece em parceria com a iniciativa privada, por meio de um acordo de cooperação. A meta é coletar 150 toneladas de resíduos em um ano. Para isso, serão instalados um total de 25 pontos de descarte voluntário até o final de 2021. Os ecopontos fazem parte dos investimentos das empresas privadas e dois deles já estão prontos para a coleta na capital: um no Parque das Dunas e outro no prédio da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern), na zona Norte. Além da coleta, o projeto contará com ações como orientação sobre a correta destinação de material eletroeletrônico.
O RN + Limpo é promovido pelo Governo do Estado, por meio da atuação de órgãos como Idema e Caern, em parceria com as empresas Circular Brain e Natal Reciclagem. Para as ações de orientação, estão previstas, no segundo semestre de deste ano, mobilizações em 50 escolas públicas, que juntas somam um total aproximado de 30 mil alunos. Dentre as ações, existe a possibilidade de uma gincana de descarte correto de resíduos eletrônicos, onde os alunos das escolas que mais coletarem esse tipo de material serão certificados em um evento no Palácio do Governo.
Além disso, serão organizados seminários de orientação a funcionários públicos para o descarte correto de resíduos, bem como a produção de material de educação ambiental. O diretor-geral do Idema, Leon Aguiar, explica que o projeto não ocasionará ônus ao Governo e que as empresas parceiras é quem estão encarregadas de fornecer os coletores a serem instalados.
“A ideia é que os parceiros da iniciativa privada forneçam esses coletores, sem ônus para o poder público. Shoppings, farmácias, supermercados e outros ambientes de grande circulação de pessoas, podem aderir ao projeto”, indica.
Até o final do ano, os municípios de Arês, Bom Jesus, Goianinha, Ielmo Marinho, Macaíba, Monte Alegre, Natal, Nísia Floresta, Parnamirim, São José de Mipibu e Vera Cruz deverão receber os pontos de descarte. Os coletores, explica Leon Aguiar, são personalizados, com as informações dos tipos de resíduos que podem ser depositados ali. “Teclado, televisor, celular, notebook e outros equipamentos antigos que não estão mais sendo utilizados podem ser entregues nesses locais”, frisa o gestor.
Crédito da Foto: Magnus Nascimento
Fonte: TRIBUNA DO NORTE