Na violência contra a mulher, a empresa pode e deve meter a colher

Para o gestor de carreiras e professor universitário, Ricardo Machado, o mundo corporativo pode e deve participar de forma objetiva na mudança cultural da violência contra a mulher. Segundo ele, as empresas possuem um papel fundamental neste processo social. Levantamento realizado pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) divulgado, em março, mostra números espantosos sobre violência contra a mulher dos canais de denúncias de direitos humanos do Governo Federal. De acordo com a estatística, em 2020, mais de 105 mil denúncias de violência contra a mulher foram registradas nas plataformas do Ligue 180 e do Disque 100.

Professor Ricardo Machado

Perguntado sobre como as organizações podem ajudar a mudar esse quadro vergonhoso, o gestor de carreiras Machado destaca que parte dos homens que estão nas manchetes dos noticiários e cometendo estes crimes de agressão contra as mulheres, também são aqueles mesmos profissionais que passam boa parte das horas do dia dentro do ambiente profissional, trabalhando normalmente. A primeira pergunta que muitos podem pensar: “e daí? O que as empresas têm com isso?”.

O gestor de carreiras Machado faz uma reflexão. “Qual empresa gostaria de ver um de seus funcionários como figuras machistas e criminosas? Pelo contrário, elas querem que seus colaboradores sigam a mesma boa imagem que sua publicidade deseja passar. Então, por que não agir na causa e não apenas no efeito de simplesmente demitir um funcionário agressor”, pondera.

A proposta do professor Machado é que as empresas invistam em educação social junto aos seus colaboradores com campanhas para tentar colaborar com a extinção desta postura cultural agressora. “Assim, evitaria a associação da empresa à imagem ruim e a demissão de, talvez, um bom funcionário e verdadeiramente colaborar com uma sociedade melhor. Então, funcionários, diretores e departamentos de recursos humanos, vamos agir. Vamos verdadeiramente meter a nossa colher nesta questão, porque na violência contra a mulher, a empresa pode e deve meter a colher”, afirma.

Sair da versão mobile