Bolsonaro promete ‘zerar imposto sobre diesel’ assim que Congresso aprovar medida do Planalto

Um dia após o enterro de sua mãe, Jair Bolsonaro circulou pela cidade de Eldorado, falou com a imprensa e apoiadores - Foto: Maria Isabel Oliveira / Agência O Globo

O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado que “não quer confusão” com os governadores em torno da proposta de redução de impostos federais e estaduais sobre os combustíveis.

— A PEC (Proposta de Emenda Constitucional) é autorizativa e não impositiva. Não quero confusão com governadores. Garanto a vocês que se a PEC passar, no segundo seguinte à promulgação, eu zero o imposto federal sobre diesel no Brasil que está em torno de R$ 0,33 por litro — disse.

O presidente está na cidade paulista de Eldorado, a 246 quilômetros de São Paulo, desde ontem, onde acompanhou o enterro de sua mãe Olinda Bolsonaro, que morreu aos 94 anos, depois de ser acometida de um quadro de desidratação e ter tido duas paradas cardíacas.

Os combustíveis foram os principais vilões da inflação em 2021. O etanol disparou 62,23% no ano passado. Já a gasolina, 47,49%. O gás de botijão subiu 36,99%. São preços que influenciam outros preços na economia – Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo

Ela estava internada na cidade de Registro, vizinha a Eldorado. Bolsonaro passou a noite na casa onde sua mãe morava e às 10h50 deste sábado decolou de volta a Brasília.

Inflação persistente

Bolsonaro decidiu apoiar a PEC dos Combustíveis diante de um temor levado a ele por membros do governo de um pico de inflação no segundo semestre, exatamente no auge do período eleitoral, segundo o relato de integrantes do governo.

Um dia após o enterro de sua mãe, Bolsonaro circulou pela cidade natal de sua mãe, falou com a imprensa e apoiadores – Foto: Maria Isabel Oliveira / Agência O Globo

A conta do governo é que o risco inflacionário é mais deletério para a popularidade do que o risco fiscal. Além dos preços do petróleo e da energia elétrica, auxiliares de Bolsonaro temem safra menor neste ano por causa de questões climáticas. As questões geopolíticas, que mexem no preço das commodities, também são analisadas com cuidado por técnicos do governo.

Na manhã deste sábado, Bolsonaro afirmou que o preço dos combustíveis está alto no mundo todo e vai buscar alternativas para reduzir o valor. Ele disse que o país é auto-suficiente em petróleo e que contratos feitos no passado, como a paridade de preço internacional, é “lei e temos que respeitar”.

O presidente disse que conversou com senadores, inclusive o futuro líder do governo no Senado, Alexandre Silveira, que mostraram simpatia pelo projeto de emenda constitucional.

Bolsonaro observou que o mundo está conectado e que se houver problemas bélicos em outros países isso vai refletir no preço do barril do petróleo, que está em torno de US$ 90 e há projeções que pode chegar a US$ 100.

— O reajuste é automático. Não sou eu que reajusto, é a Petrobras. Não posso interferir na Petrobras. Estou buscando alternativas para não desequilibrar a nossa economia — disse.

Veto no orçamento foi de R$ 2,8 bilhões

O presidente Bolsonaro confirmou a expectativa de corte no orçamento e anunciou que o valor vetado foi de R$ 2,8 bilhões. Segundo ele, esse valor poderá ser recuperado de acordo com o comportamento da arrecadação de impostos ao longo do ano.

— Eu sou obrigado a vetar. Se eu sancionar, eu tenho que ter o recurso definido, da onde vem aquele dinheiro. Foi sancionado ontem – afirmou.

Bolsonaro afirmou que o valor vetado deverá ser retirado das emendas de comissão do Congresso e de gastos do Executivo. O valor vetado vai ajudar a recompor gastos com pessoal, que foram subestimados pelo Congresso durante a tramitação da proposta.

Crédito das Fotos: Edilson Dantas e Maria Isabel Oliveira / Agência O Globo

Fonte: O GLOBO

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