Pesquisa mostra que usuários de apps de encontros desconhecem sinais clínicos de sífilis

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Os pesquisadores Kenio Costa, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), e Paulo Roberto Queiroz, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (PPGCSA) do Centro de Ciências da Saúde (CCS/UFRN), revelam as análises preliminares da primeira fase do estudo: Os aplicativos geossociais de encontro e o aumento da sífilis em Homens que fazem Sexo com Homens (HSH) durante a pandemia de covid-19 no Brasil. A pesquisa faz parte do Projeto Sífilis Não, do Ministério da Saúde, sendo desenvolvido pelo Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS).

De acordo com Paulo Roberto, os estudos mostram que 30,6% dos HSH brasileiros usuários de Apps desconhecem os sinais clínicos da sífilis e 2,4% não sabem ou não responderam na pesquisa, o que é preocupante, pois reduz a janela de oportunidade para o diagnóstico, e, consequentemente, a busca por tratamento adequado, fortalecendo a cadeia de transmissão da doença.

A segunda etapa do estudo, vai ocorrer entre HSH de todo o país e HSH usuários de Profilaxia Pré exposição ao HIV do estado do Rio Grande do Norte. Para coleta dos dados, será utilizado um formulário que visa avaliar aspectos sociodemográficos, comportamento sexual e questões de saúde. “Pretendemos avaliar a intenção de realização de sexo não seguro e dos fatores associados ao não uso de preservativos, bem como se estes estão associados a sifilis”, explica o pesquisador.

A pesquisa irá acontecer de forma sigilosa, sem qualquer identificação. Serão considerados como critérios de inclusão para este estudo: HSH de qualquer lugar do país, maiores de 18 anos e estrangeiros residentes no Brasil. Além disso, os pesquisadores acreditam que o tema da pesquisa é delicado e pode gerar sentimentos desconfortáveis quando questionado. Por isso, o estudo oferece assistência integral e gratuita, contando com o suporte psicológico/psiquiátrico da residência médica do Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL/UFRN).

Paulo Roberto também explica que o termo “HSH” engloba homens que mesmo fazendo sexo com homens não se consideram homossexuais. De acordo com o Ministério da Saúde, a sífilis apresenta alta prevalência entre os HSH, sendo esta Infecção Sexualmente Transmissível (IST) um importante fator biológico associado à infecção pelo HIV.

Imagem: Reprodução

Fonte: Agecom/UFRN

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