A experiência da Filarmônica UFRN

A Orquestra Filarmônica da UFRN (Fil), comandada pelo maestro André Muniz, vem realizando um trabalho de formação de jovens músicos e captação de públicos para a música sinfônica no Rio Grande do Norte. Em atuação há onze anos, a Fil é formada por alunos do curso técnico profissionalizante, da graduação e da pós-graduação em música da UFRN, muitos dos quais são provenientes da histórica tradição de filarmônicas do interior do Nordeste e egressos da rede pública de ensino.

Professor André Muniz, regente da Fil – Foto: Cícero Oliveira – Agecom/UFRN

O laboratório orquestral, desenvolvido pelo grupo, promove uma rotina simulada à prática das maiores orquestras profissionais do mundo, inclusive a renovação anual por meio de audições às cegas. Graças a essa metodologia e à dedicação dos jovens músicos, diversos de seus integrantes foram agraciados com bolsas de estudos em conservatórios e universidades internacionais, e têm vencido relevantes concursos nacionais e internacionais, o que denota os resultados efetivos alcançados no âmbito da educação de qualidade e da formação profissionalizante.

Esse trabalho tem desenvolvido estratégias de aproximação e ampliação de públicos, de modo que seus concertos gratuitos alcançam, continuamente, a lotação das duas sessões de seus concertos mensais, muitas vezes havendo um excedente de pessoas. Focada na importância de projetos de continuidade para o efetivo desenvolvimento de uma política cultural abrangente e consistente, a Filarmônica UFRN inicia, nesta quinta-feira, 15, a temporada de 2022 com quatro concertos oficiais e dois didáticos voltados para alunos da rede pública de ensino. Datas e detalhes dos concertos ainda serão divulgados no Instagram da Fil.

No violoncelo, professor Fábio Presgrave, vice-diretor da EMUFRN – Foto: Cícero Oliveira – Agecom/UFRN

Nos seus 12 anos de existência, a Filarmônica UFRN tem contribuído com a projeção de músicos para o mercado nacional e internacional. O projeto oferece aos seus participantes contato constante com solistas renomados, como Ítalo Babini (violoncelo), Martin Ostertag (violoncelo), Fany Solter (piano), Katrin Melcher (viola), Daniel Guedes (violino) e Stefano Algieri (tenor). A Fil foi o primeiro conjunto orquestral do RN a realizar uma turnê pela Alemanha, em projeto de parceria entre a UFRN e o Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD).

Um acontecimento importante em sua história foi o concerto, em 2019, para o Papa Francisco, no Vaticano, com o repertório Rumo a Roma, em que foram apresentadas obras inéditas de compositores potiguares. Ângela Maria Paiva Cruz, ex-reitora da UFRN, entrou em contato com o arcebispo Dom Jayme, que encaminhou um histórico da Orquestra e do Madrigal ao Vaticano. A confirmação do concerto foi enviada no dia de celebração dos 60 anos da UFRN.

Papa Francisco se dirigindo aos integrantes da Fil, no Vaticano – Foto: Cícero Oliveira – Agecom/UFRN

Foram executadas as peças Magnificat Aleluia, de Heitor Villa-Lobos; a própria Grande Missa Nordestina, do compositor pernambucano Clóvis Pereira; a premiére de uma obra de Danilo Guanais, o Regina CoeliO Guarani, de Carlos Gomes; Pinos de Roma, de Ottorino Respighi, entre outras.

Outros momentos importantes foram as apresentações na Sala São Paulo, consideradas o “Maracanã” da Música Clássica no Brasil, e no Festival de Campos do Jordão, criado há 52 anos pelo maestro cearense Eleazar de Carvalho nos moldes do Festival de Tanglewood, nos Estados Unidos, e que tem sido a “Meca” da música de concerto para artistas da América Latina, além de palco para apresentação de grandes mestres da música.

Fil durante apresentação em Campos do Jordão – Foto: Cícero Oliveira – Agecom/UFRN

“Aqui nós estamos conseguindo fazer coisas que poucas Universidades brasileiras têm conseguido fazer, que é ter um grupo permanente dedicado ao repertório sinfônico com atividades regulares e que associa as questões de ensino, de extensão – quando levamos nosso trabalho para fora da Universidade – e também de pesquisa, tendo em vista que nós tivemos pelo menos três dissertações de mestrado e uma de doutorado que envolvia diretamente o grupo”, conta o maestro André Muniz.

Fonte: Agecom/UFRN

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