Trilhas Potiguares 2022 impactou um público estimado em 6 mil pessoas nos municípios visitados

Um público estimado em 6 mil pessoas foi impactado em diversas ações promovidas em 10 municípios do Rio Grande do Norte durante o Programa Trilhas Potiguares realizado neste ano de 2022. A Ação Coletiva dos Projetos nos Municípios aconteceu no período entre 31 de julho e 7 de agosto, com a promoção de atividades em diversas áreas, com maior enfoque na saúde e educação.

Os municípios que fizeram parte do Trilhas Potiguares 2022 foram Poço Branco, Monte das Gameleiras, Lagoa d’Anta, Passagem, Serra Negra do Norte, Campo Grande, Lagoa Salgada, Tibau do Sul, Patu, Umarizal e Campo Grande. A temática do programa deste ano foi Trilhas Potiguares: Retornando com saúde, esperança e cidadania. Após dois anos com atividades suspensas devido à pandemia, o programa retomou suas ações com a participação de municípios potiguares de até 15 mil habitantes.

O Programa Trilhas Potiguares, idealizado em 1995, que teve sua primeira edição em 1996, vem realizando um papel importante para o desenvolvimento do Rio Grande do Norte, passando por diferentes formatações, de modo a permitir o aperfeiçoamento da formação acadêmica dos alunos e suas experiências com a Extensão Universitária na UFRN. A ação contribui também para a melhoria da qualidade de vida dos moradores nos municípios participantes.

Em Patu foram realizadas ações voltadas para a saúde, educação, cultura e artes, as quais impactaram a vida de cerca de 400 moradores. Foto: Cícero Oliveira – Agecom/UFRN.

O impacto das ações pôde ser avaliado pelos coordenadores das equipes nos municípios. Mesmo já tendo participado diversas diversas vezes do Trilhas, com mais de 20 anos no projeto, Maria Aldenôra Ferreira de Menezes, que coordenou as atividades no município de Patu, cerca de 315 km de distância Natal, se considera uma trilheira nata, mesmo assim foi como se “fosse a primeira vez”.

O sentimento que ficou, segundo ela, foi de muito carinho e gratidão por conseguir desenvolver bem as atividades. “Tivemos um ótimo retorno da comunidade. Fazer parte foi algo único, inexplicável, poder construir conhecimentos e, principalmente, aprender com os alunos e a comunidade é o que me motiva a sempre querer participar desse projeto tão grandioso que é o Trilhas Potiguares”, afirma.

Na cidade, foram realizadas ações voltadas para a saúde, educação, cultura e artes, que impactaram a vida de cerca de 400 moradores. Ao final das atividades, foi realizado um encerramento na Praça do Povo, apresentando as produções desenvolvidas em cada oficina, a fim de mostrar todo trabalho à comunidade.

A cidade de Lagoa D’Anta recebeu 37 ações do Trilhas. Foto: Cícero Oliveira – Agecom/UFRN.

Em Lagoa D’Anta, município a aproximadamente 108 km de distância da capital potiguar, foram realizadas 37 ações do Trilhas, atingindo um público de 622 pessoas. Daniel Carvalho Soares, coordenador da ação na localidade, destaca que a ação extensionista possibilita uma troca de saberes muito significativa entre a comunidade que recebe as ações e os discentes da UFRN, o que ocorre de uma forma muito singular e que não é possível vivenciar dentro das quatros paredes da instituição. “Como coordenador, termino a edição de 2022 realizado e com a bagagem cheia de novas experiências, saberes e amigos”, ressalta.

Entre as ações realizadas em Lagoa D’anta, ele destaca as promovidas na área de educação ambiental, que resultaram no plantio de 50 árvores e a construção de duas hortas escolares. Para ele, os resultados foram “muito satisfatórios, repetidos pelo sucesso da execução das atividades planejadas, pelo feedback do público atendido e crescimento acadêmico e pessoal dos trilheiros e trilheiras ao final do projeto”.

Cerca de 1.600 pessoas participam das ações do projeto em Poço Branco. Foto: Cícero Oliveira – Agecom/UFRN.

Com um público total de 1.629 pessoas impactadas nas 18 ações realizadas na cidade, Poço Branco, a 64 km da capital potiguar, recebeu o Trilhas Potiguares em 2022, com destaque as atividades voltadas para o meio ambiente, com cultivo de uma horta, e formação de educadores. Washington José de Sousa coordenou as ações e destacou a troca de conhecimentos proporcionada para moradores e trilheiros, especialmente para os alunos da UFRN. “A experiência é excepcional. Os que não conheciam a extensão ficaram entusiasmados”, pontua.

Dever cumprido

“Sempre finalizo o Trilhas com um misto de saudade e dever cumprido, nessa jornada fazemos amigos, conhecemos histórias, trocamos experiências, ensinamos e aprendemos”, ressalta Viviane de Oliveira Campos, coordenadora do projeto em Passagem, município localizado na região do Agreste potiguar.

Segundo ela, na cidade foram realizadas ações voltadas principalmente para a educação, serviço público e qualidade de vida. “Trabalhamos intensamente com pequenos empreendedores da região sobre formas de melhorar a divulgação de suas empresas através das redes sociais, cursos de fotografia, influenciador digital, ferramentas Google e currículo”, revela.

Ação em Passagem contou com atividades na área de educação, esportes e qualidade de vida. Foto: Cícero Oliveira – Agecom/UFRN.

Também foram realizadas, na cidade, oficinas com os alunos das escolas do município, como de teatro, caminho sensorial, meio ambiente, contação de histórias, badminton e handebol, além de uma roda de conversa sobre os cursos fornecidos pela UFRN com os alunos do ensino médio. Já com os professores, foi abordado o conteúdo de educomunicação, além de palestras sobre formação continuada e metodologias ativas. Cerca de 350 pessoas participaram das ações.

Para Viviane Campos, o Trilhas é o projeto de extensão mais interessante que pode participar na Instituição. “A complexidade em montar uma equipe diversa que possa atender as demandas que os municípios necessitam é um verdadeiro desafio, mas o empenho dos alunos em levar o melhor que a UFRN pode disponibilizar é  reconfortante”, avalia.

A sensação de dever cumprido também foi vivenciada por Ivone Braga Albino, que coordenou o Trilhas 2022 na cidade de Serra Negra do Norte, localizada a 343 km de Natal. “O sentimento é de ter cumprido o papel de representante da instituição, colaborando com a sua função social no processo de formação cidadã da comunidade de Serra Negra do Norte, proporcionado pela troca de conhecimentos acadêmicos dos alunos participantes do Trilhas 2022, em uma rica troca de saberes”, afirma.

Público em Serra Negra do Norte participou de ações culturais desenvolvidas por trilheiros. Foto: Cícero Oliveira – Agecom/UFRN.

Para ela, foi a oportunidade de promover possibilidades de ação, colocando em pauta as dimensões: social, ambiental, econômica e institucional, numa visão interdisciplinar, causando mudanças socioeconômicas e culturais e impactando positivamente em investimentos que servirão de sustentabilidade para o município. Estima-se que 1.200 pessoas participaram das atividades do projeto.

Entre as ações desenvolvidas estavam oficinas de empreendedorismo, xadrez, contação de histórias, teatro corpo sensorial, defesa pessoal, aquário, Práticas Integrativas e Complementares (Pics), além dos cursos/aulas de: vídeo cinematográfico com uso do celular, Break/Hip hop, dança, além de exercícios terapêuticos com idosos, gincanas e palestras.

Histórias, descobertas e saberes

Em sua sétima participação de uma edição do Trilhas, sendo três como aluna da graduação – quando delineou sua atuação profissional na formação de professores – e quatro como coordenadora, Letícia dos Santos Carvalho, que esteve em 2022 no município de Lagoa Salgada, considera a ação um espaço de renovação.

Em Lagoa Salgada, o Trilhas executou 48 ações, entre oficinas, palestras e mostra de profissões. Foto: Cícero Oliveira – Agecom/UFRN.

“Mesmo com todo o cansaço do trabalho, tudo o que acontece me anima a continuar (já tenho planos para a próxima edição). Não há como voltar da mesma forma que fomos. Voltamos encharcados de histórias e saberes e é isso que dá  a dimensão grandiosa dessa ação”, salienta Letícia. Na cidade, o projeto executou 48 ações das 52 planejadas, entre oficinas, palestras e mostra de profissões. O público atingido foi de aproximadamente 760 pessoas.

O aprendizado é um dos pontos destacados pelo coordenador do Trilhas Potiguares no município de Tibau do Sul, Wallacy de Medeiros Rocha. “Ser coordenador no Trilhas é um constante aprendizado, seja por parte dos trilheiros ou dos munícipes. Então, acho que a palavra que melhor descreve a sensação após o projeto realizado é gratidão. Fazer parte do projeto é uma experiência maravilhosa e única em cada participação”, destaca.

Em Tibau do Sul, o projeto levou ações para as escolas do município. Foto: Cícero Oliveira – Agecom/UFRN.

Na cidade do litoral sul potiguar, que conta com cerca de 14.440 habitantes, foram realizadas oficinas e ações em cinco distritos de ensino, englobando seis escolas e uma biblioteca. Segundo Wallacy, foram realizadas atividades de jogos teatrais, educação sexual, saúde bucal, higiene, dança de salão, história do funk, consciência ambiental e formação de guias mirins. Além disso, também foi realizado um cortejo no centro da cidade, finalizado com a inauguração da biblioteca municipal.

Em Campo Grande, cidade localizada no oeste potiguar, as ações aconteceram internamente com a participação de quatro micro equipes (Cultura, Saúde, Economia Pesqueira e Ecoturismo), envolvendo os alunos da UFRN participantes do Trilhas Potiguares em todas as ações. Segundo uma das coordenadoras da ação extensionista no município, Valquíria Kneipp, que participou pela primeira vez do Trilhas, o sentimento é de gratidão por ter a oportunidade de participar, trocar experiências e aprender com a comunidade e com os estudantes de outros cursos.

Cultura, Saúde, Economia Pesqueira e Ecoturismo foram as áreas com ações desenvolvidas em Campo Grande. Foto: Cícero Oliveira – Agecom/UFRN.

“A realização do Trilhas Potiguares na cidade de Campo Grande foi uma grande descoberta da extensão como uma forma de mostrar a Universidade para a comunidade e também de conhecer o interior e todas as suas peculiaridades. Foram muitas descobertas e muito conhecimento adquirido durante a semana que passamos no interior do Rio Grande do Norte”, revela.

Aprendizado

Sustentabilidade foi uma das temáticas de maior destaque durante a passagem do Trilhas no município de Umarizal, distante cerca de 288 km de Natal. As ações realizadas na cidade englobam rodas de coco, de capoeira, de ciranda, apresentações artísticas, jogos teatrais, musicalização, práticas nutricionais e oficinas culinárias. Além dessas, a cidade recebeu oficinas de confecção de brinquedos e artes visuais. Na área ambiental, foi promovida uma campanha de conscientização sobre resíduos sólidos, arrecadação de óleo usado e material reciclável, hortas sustentáveis, quintal produtivo e agroecologia.

Umarizal recebeu ações voltadas para a sustentabilidade no Trilhas 2022. Foto: Cícero Oliveira – Agecom/UFRN

A coordenadora do projeto no município, Luciana Melo de Lacerda, considera que ter levado o Trilhas a Umarizal refletiu na vida de cada pessoa da equipe, tanto profissionalmente como pessoalmente. “A diversidade das atividades e dos integrantes permitiu que a gente atingisse vários públicos e aprendesse com eles e entre nós”, ressalta.

Para ela, o que ficou foi a receptividade e o carinho do povo, os olhares de esperança por dias melhores, novas amizades que elevam a autoestima e empoderam, isso sem falar no estímulo criativo para os estudos e a cultura, a arte como força ativista. As trocas de conhecimento e lições de vida marcam para sempre.

Troca de aprendizados entre trilheiros e população local marcou o projeto em Monte das Gameleiras. Foto: Cícero Oliveira – Agecom/UFRN.

Na edição de 2022, outro município potiguar que recebeu o Trilhas foi Monte das Gameleiras, localizado no agreste potiguar, contando com cerca de dois mil habitantes. Na cidade, as ações do projeto foram coordenadas por Alice Aloísia da Cruz, que participou pela primeira vez do Trilhas. Ela estima que cerca de 500 pessoas tenham sido impactadas com as atividades do projeto no município.

Alice destaca a experiência de fazer parte do Trilhas. “Já tive algumas outras atividades de extensão, mas algo assim foi a  primeira vez e uma experiência única. Gosto muito da extensão, acho que o momento que a gente se integra e se aproxima da comunidade. Conseguimos ver nessas ações, de uma forma mais próxima, o retorno e o impacto que a gente pode provocar na vida das pessoas e que a gente pode ter em nossa vida também. Foi uma troca de experiências e conhecimentos muito grande, fomos muito bem recebidos”, ressaltou.

Para ela, experienciar o projeto atravessou a área profissional, destacando que os alunos da UFRN participantes do Trilhas mostraram muita maturidade pessoal e profissional ao lidar com as situações vivenciadas no município. Ela destacou a troca de aprendizado e o sentimento de acolhimento entre professores, alunos e moradores do município. “Eu aprendi muito com os alunos e com a população. Um compartilhamento de saberes. Todos nós da equipe do Trilhas acabamos aprendendo, conhecendo e descobrindo coisas novas ao participarmos das atividades na cidade ”, concluiu.

Fonte: Agecom/URFN

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