A importância da odontologia em transplante de medula óssea

O paciente que irá se submeter a um transplante de medula óssea terá que passar por uma equipe multidisciplinar, com o objetivo de oferecer suporte em todas as suas necessidades, incluindo o cuidado com a saúde bucal.

O transplante de medula óssea ou de células tronco hematopoiéticas, consiste na substituição de uma medula doente por uma medula saudável e é um tratamento proposto para doenças que afetam as células do sangue, como leucemias e linfomas, assim como, doenças mieloproliferativas, hemoglobinopatias, alguns tumores sólidos e doenças autoimunes.

A odontologia atua em três fases do tratamento, no pré-transplante, durante e após o transplante. No pré-transplante, o objetivo é avaliar o paciente quanto ao risco de infecções, que possam vir a complicar a qualidade de vida durante o tratamento. Daí a importância da inserção e participação do dentista na equipe multidisciplinar, na fase pré-transplante, atuando na remoção de dentes cariados sem indicação de restauração, dentes envolvidos em periodontite e dentes que podem causar pericoronarite (inflamação que envolve o dente siso), pelo menos duas semanas antes do início da quimioterapia.

Durante o transplante, o paciente precisa do acompanhamento direto da odontologia, a fim de identificar e tratar, precocemente, infecções oportunistas ou lesões bucais, que surgem em decorrência da baixa imunidade, causada pela quimioterapia ao qual o paciente é submetido.
O paciente recebe orientações da necessidade da higiene oral mais rigorosa com escovas macias e cremes dentais específicos, soluções antimicrobianas, uso do fio dental, permitindo um controle de uma higiene oral adequada. Durante todo o período de internação, o paciente deve receber a laserterapia, tanto para prevenção, como tratamento da mucosite oral (inflamação da mucosa) e crioterapia (terapia com gelo), em casos específicos.

A mucosite oral é uma condição muito dolorosa, que afeta não só a boca, mas também, todo o trato gastrointestinal, constituindo uma porta de entrada para microorganismos. Os pacientes que vão se submeter a radioterapia, associada a quimioterapia, tem uma probabilidade de 75% a 99% de chances de ter mucosite oral.

No pós-transplante, os pacientes podem desenvolver uma série de complicações bucais como infecções por fungos, bactérias ou vírus, xerostomia (boca seca), problemas gengivais como sangramento e nos pacientes que recebem transplante alogênico, podem desenvolver a doença do enxerto contra o hospedeiro, que é a possibilidade da célula do doador (enxerto) reagir contra o organismo do paciente (hospedeiro). Os cuidados da odontologia devem ser oferecidos até que se completem cem dias pós-transplante.

O serviço odontológico da Casa Durval Paiva, instituição que trata crianças e adolescentes com câncer de todo o Rio Grande do Norte, além de outros Estados, acompanha seus pacientes, realizando a remoção de focos de infecção, desde o pré-transplante até quando recebem alta. Esses pacientes passam 100 dias albergados na Casa, conferindo uma melhor qualidade de vida, contribuindo para o sucesso do transplante.

Imagem: Divulgação

Fonte: Assessoria de Comunicação/CDP

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