Presença feminina na C&T

O papel das mulheres e meninas na contribuição e na participação de comunidades científicas e tecnológicas se tornou expressivo ao longo do tempo. É diante desse cenário que no Centro de Ensino Superior do Seridó (Ceres/UFRN) foi criado em 2022 o BSI Girls, um projeto de extensão composto por alunas do curso de Bacharelado em Sistemas de Informação, a fim de potencializar a participação feminina em uma área ocupada predominantemente pelo sexo masculino.

Tendo como idealizadora a professora Karliane Vale, o grupo pretende reunir uma maior quantidade de meninas ao longo dos semestres do curso para debater a importância da presença feminina nas áreas da Ciência e Tecnologia. De acordo com a docente, foi observada a necessidade de se criar esse grupo durante as aulas em decorrência de estudantes mulheres serem minoria no curso. Por esse motivo, foi preciso unir forças e estabelecer a parceria entre as alunas para fortalecer a participação feminina nesta área.

Ainda segundo Karliane Vale, enquanto professora do curso de Sistemas de Informação é possível perceber uma menor quantidade de mulheres na área da tecnologia. “Achei que deveríamos nos unir e juntas realizar algumas ações dentro dessa área. Durante os encontros do grupo, a gente planeja algumas ações, como mesas-redondas, rodas de conversas e minicursos. Sempre nos reunimos para tentar identificar as necessidades de elaborarmos novas atividades de extensão no Ceres”, complementa.

Entre as ações desenvolvidas no BSI Girls destacam-se as voltadas para o compartilhamento do conhecimento. Para encerrar o mês dedicado às mulheres, na tarde do dia 31 de março, foi ministrada a terceira edição do minicurso Utilização de ferramentas de trabalho colaborativo e armazenamento em nuvem, no Laboratório de Informática do Ceres, o qual foi dividido em momentos de teoria e prática. A programação contemplou algumas ações, como criação de conta no Gmail, edição de texto, uso de planilhas e desenvolvimento de slides e formulários.

Para encerrar o mês dedicado às mulheres, o projeto realizou uma edição do minicurso sobre ferramentas de trabalho colaborativo. Foto: Karliane Vale

O evento contou com a participação de 42 pessoas, com alunos de diversos cursos da Instituição, além da comunidade externa. Para a professora Karliane Vale, ele foi além da capacitação, visto que foi um momento oportuno e fértil para marcar o território feminino no campo das ciências, além de demonstrar para as novas gerações que, mesmo quando as mulheres estiverem em menor quantidade, seu empenho, garra, dedicação e competência podem fazer a diferença.

A professora Anna Cláudia Nobre, contratada recentemente pela UFRN como docente do Bacharelado em Sistemas de Informação, participou do evento e avaliou positivamente a formação do BSI Girls. “O grupo foi uma importante iniciativa da docente Karliane, estando conectada a boas práticas nas instituições de ensino e mundo dos negócios. Ele é um espaço de acolhimento para as mulheres que ainda são minoria no curso, mas que deixam marcas com sua representatividade”, pontua.

Ketlly Azevedo, aluna de Sistemas de Informação e membro do BSI Girls, foi responsável por ministrar uma palestra na temática da edição de textos com o auxílio da plataforma Google Docs. “Foi uma ótima experiência planejar uma aula de modo que todos pudessem entender e, ao final, perceber que eles realmente compreenderam o que eu estava apresentando”, pontua.

Participantes do BSI Girls durante minicurso realizado em março deste ano. Foto: José Flávio da Silva Maia

Atualmente, o grupo é composto por 36 meninas, com alunas desde o primeiro aos últimos períodos do curso. Para Karliane Vale, o BSI Girls é de destacada importância visto que, pela quantidade de poucas estudantes distribuídas ao longo do curso, cada turma chega ao máximo de quatro meninas. Ainda segundo a docente, neste ano de 2023 aconteceu um recorde: houve a entrada de 11 alunas na turma do primeiro período.

“O que a gente espera em questão de atividades no nosso grupo é que seja incentivada a participação das mulheres na área da tecnologia, como já vem sendo divulgado, incentivando a participação feminina na ciência. Espero que as mulheres e meninas cada vez mais conquistem o seu espaço”, afirma a professora Karliane Vale.

Fonte: Agecom/UFRN

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