Saúde de Parnamirim cobra melhores salários e fará ato em frente à prefeitura

Os servidores da saúde de Parnamirim realizam nesta quinta-feira 4 o terceiro dia de paralisação das atividades. Eles cobram da prefeitura, entre outras reivindicações, o cumprimento do Plano de Cargos e Salários, melhores condições de trabalho, além de uma reposição salarial de 27,04%.

Na manhã de hoje os profissionais farão um protesto em frente à sede da Prefeitura de Parnamirim para cobrar uma reunião com o prefeito Rosano Taveira (Republicanos) e com a secretária de Saúde do município, Luciana Guimarães. Os servidores reclamam que a gestão municipal não fez nenhuma proposta oficial em relação às pautas apresentadas até o momento.

A paralisação de três dias foi aprovada em assembleia da categoria, que definiu uma agenda de mobilizações para os dias 2, 3 e 4 de maio. A ideia é pressionar a Prefeitura de Parnamirim por um diálogo com os servidores. No primeiro dia de paralisação os manifestantes chegaram a ocupar a Secretaria de Saúde do município na tentativa de abrir negociação com a prefeitura, mas nem assim eles foram recebidos pela gestão municipal.

De acordo com o diretor do Sindicato dos Servidores da Saúde do RN (Sindsaúde), Paulo Martins, há servidores de Parnamirim recebendo menos que um salário-mínimo, isso porque desde quando foi implantado o Plano de Cargos e Salários, em 2019, a prefeitura não vem cumprindo as progressões salariais a que os servidores têm direito conforme a lei.

O único avanço conquistado até agora, segundo o sindicalista, foi a atualização do salário-base dos profissionais de nível superior, efetivado no mês passado, que elevou o valor-base de R$ 1.700 para R$ 2.000. “Mas o nível médio está ganhando R$ 1.300 [salário-base], quer dizer, menos de um salário-mínimo”, afirma Martins, lembrando que a progressão salarial deve ser realizada pela prefeitura a cada dois anos.

“Além dessa progressão existem as perdas salariais da inflação que precisam ser corrigidas. Desde quando foi feito o plano de cargos, em 2019, que até hoje não foi feita correção alguma. Então a incorreção dessa inflação já está em 27,04%. Nós queremos que isso seja corrigido e o prefeito até agora não disse nada, ficaram de apresentar uma proposta, mas até agora nada”, lamenta Paulo Martins.

O sindicalista afirma ainda que houve uma reunião no último dia 27 com a secretária de saúde, Luciana Guimarães, ocasião em que a gestão municipal se comprometeu a apresentar uma proposta aos servidores, o que não foi feito até o momento.

O protesto que será realizado a partir das 9h da manhã desta quinta-feira 04, em frente à prefeitura, tem como objetivo pressionar o prefeito Rosano Taveira a receber os profissionais e abrir negociação em relação às pautas já apresentadas. Caso não os servidores não recebam nenhuma proposta, será marcada uma assembleia para definir os rumos do movimento. O diretor do Sindsaúde-RN não descartou a realização de uma greve-geral.

De acordo com Paulo Martins, os profissionais estão sendo submetidos a assédio moral nas unidades de saúde e estão sendo pressionados a não comparecerem às atividades de luta do sindicato, sob pena de receberem falta no trabalho.

“Há um assédio moral muito grande da gestão, da secretária de saúde, do prefeito, dos coordenadores de unidades. Nós estamos fazendo essa paralisação para discutir as propostas com o prefeito e simplesmente o que eles têm feito é apenas questionar as pessoas a ter que voltar a trabalhar 100%, que não pode fazer luta, ameaçando botar falta a todo instante, é isso o que está acontecendo”, lamenta Paulo Martins.

Raio-x da UPA está quebrado e faltam insumos

Entre as pautas apresentadas pelo sindicato à Prefeitura de Parnamirim está a que pede melhores condições de trabalho. De acordo com Paulo Martins, uma visita realizada na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Nova Esperança constatou a falta de cateter intravenoso (jelco) – insumo utilizado para realização de punções venosas periféricas – e também de agulhas. Além disso, o raio-x da unidade está sem funcionar há cerca de dois meses, segundo o diretor sindical.

“Imagine você precisar de um atendimento de urgência e emergência e você ter um raio-x quebrado. Acho que já faz mais de dois meses que esse aparelho está assim”, reclama Paulo Martins.
A situação também foi denunciada pelo vereador de Parnamirim, Gabriel César (PL). Por meio de um vídeo publicado no instagram, o parlamentar mostrou o caso de uma senhora chamada Rita, que machucou o braço ao sofrer um acidente e buscou atendimento na UPA de Nova Esperança.

Segundo o parlamentar, a paciente precisou ser transferida para o Hospital Walfredo Gurgel, em Natal, para a realização do exame de imagem, uma vez que o aparelho de raio-x não estava funcionando na UPA. “Um absurdo o que acontece em Parnamirim, um descaso total. Nós iremos cobrar que o prefeito resolva essa situação. Isso é uma vergonha”, reclamou o vereador Gabriel.

A reportagem do AGORA RN tentou contato com a secretária de saúde, Luciana Guimarães da Cunha, sobre as denúncias e sobre as demandas apresentadas pelos servidores da saúde. As ligações não foram atendidas e ela não respondeu as mensagens enviadas.

Imagem: Sindsaúde RN

Fonte: Agora RN

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