Parlamentares do RN comemoram nova política da Petrobras; oposição aponta risco

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Parlamentares do RN repercutiram por meio das redes sociais o anúncio feito pela Diretoria Executiva da Petrobras nesta terça-feira 16 acerca da nova estratégia comercial para definição de preços dos combustíveis. A nova política encerrou a subordinação dos valores ao preço de paridade de importação (PPI), que começou a valer em 2016, durante o governo de Michel Temer (MDB), provocando reajustes frequentes nos valores praticados nas bombas de combustíveis, além de aumentos recorrentes no preço do gás de cozinha.

O deputado federal Fernando Mineiro (PT) classificou a data como um “dia histórico” e disse que o presidente Lula (PT) cumpriu um dos principais compromissos de sua campanha, que foi desvincular os preços dos produtos da Petrobras da variação do dólar.

“Significa ganhos concretos para a maioria da população: queda no preço do gás em cerca de 20% e da gasolina e do diesel em 12%. É isso, é o resgate da soberania nacional. É por isso que eu fiz o L”, disse o parlamentar, em referência ao apoio ao presidente Lula na campanha para presidente no ano passado.

Para a deputada Natália Bonavides (PT), a política de preços anterior, implantada pelo governo Michel Temer e mantida durante todo o governo Bolsonaro, prejudicava a população e beneficiava apenas os investidores.

“Os preços não serão mais atrelados ao dólar, e a Petrobras terá mais flexibilidade para ajustá-los de acordo com os interesses do desenvolvimento do nosso país. A política anterior implantada pelo golpista Temer prejudicava a população, a própria Petrobras, a produção nacional e apenas beneficiava especuladores”, escreveu a parlamentar nas redes sociais.

Já a senadora Zenaide Maia (PSD) afirmou que sempre foi contra o Preço de Paridade Internacional (PPI) que, segundo ela, fazia o brasileiro, que ganha em real, pagar combustível com preço dolarizado.

“O fim da política de paridade de importação é uma ótima notícia para os brasileiros. Esperamos que a redução dos preços dos combustíveis aconteça o mais rápido possível, porque isso significa não só uma folga no bolso, como um alívio na inflação”, avalia a senadora.

De acordo com a estatal, a nova estratégia comercial usa referências de mercado como: (A) o custo alternativo do cliente, como valor a ser priorizado na precificação, e (B) o valor marginal para a empresa.

O custo alternativo do cliente contempla as principais alternativas de suprimento, sejam fornecedores dos mesmos produtos ou de produtos substitutos; já o valor marginal é baseado no custo de oportunidade dadas as diversas alternativas para a companhia dentre elas, produção, importação e exportação do referido produto e/ou dos petróleos utilizados no refino.

“Com essa estratégia comercial, a Petrobras vai ser mais eficiente e competitiva, atuando com mais flexibilidade para disputar mercados com seus concorrentes. Vamos continuar seguindo as referências de mercado, sem abdicar das vantagens competitivas de ser uma empresa com grande capacidade de produção e estrutura de escoamento e transporte em todo o país”, destacou o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, durante o anúncio.

Conforme comunicou oficialmente a Petrobras, os reajustes continuarão sendo feitos sem periodicidade definida, evitando o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio.

As decisões sobre os preços continuam sendo subordinadas ao Grupo Executivo de Mercado e Preço, composto pelo presidente Jean Paul Prates, pela Diretoria Executiva de Logística, Comercialização e Mercados e pela Diretoria Financeira e de Relacionamento com Investidores.

Petrobras está ‘abrasileirando’ preço dos combustíveis, diz ministro

De acordo com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a nova estratégia comercial de preços adotada pela petrolífera estatal representa um primeiro passo para o “abrasileiramento” da precificação dos combustíveis produzidos no Brasil.

“Era hora de abrasileirar o preço dos combustíveis e sinalizar de forma clara que o governo Lula cumpra com seu papel social”, disse o ministro logo após se reunir com Jean Paul, em Brasília.
Com a decisão anunciada, já a partir desta quarta-feira 17 o botijão de gás de 13 quilos chegará às distribuidoras do país em média 21,3% mais barato. Com isso, segundo o presidente da companhia, o valor médio do botijão deverá ficar abaixo de R$ 100 para o consumidor final. Já o diesel e a gasolina chegarão às distribuidoras com uma redução média de R$ 0,44 e R$ 0,40, respectivamente.

“O PPI era uma abstração, uma mentira e um crime contra o povo brasileiro, porque impunha uma algema, uma mordaça, a uma política de competitividade interna dos preços dos combustíveis no Brasil, fazendo com que, muitas vezes, as oscilações [dos preços nacionais] fossem muito acima do que seria possível para contribuir com o crescimento nacional”, criticou o ministro.

Já o presidente da Petrobras afirmou que a nova estratégia comercial adotada recupera a liberdade da empresa de estabelecer preços conforme o contexto doméstico.

“Vamos usar as vantagens que a Petrobras tem a nosso favor e a favor do país, sem nos afastarmos absolutamente da referência internacional dos preços. Quando eu digo referência não é paridade de importação, mas sim referência internacional. O que significa dizer que quando o mercado lá fora estiver aquecido, com os preços do petróleo e de seus derivados consolidadamente mais altos, isto irá se refletir no Brasil. Porque abrasileirar os preços significa levar em conta nossas vantagens [usando a competitividade interna da empresa] sem tirar o Brasil do contexto internacional”, completou.

Governo Lula se esforça para retroceder, afirma Rogério Marinho

O senador Rogério Marinho (PL), líder da oposição no Senado, também se pronunciou em plenário sobre a mudança da política de preços anunciada nesta terça-feira 16 pela Petrobras. O congressista lembrou que a adoção da paridade de preços dos combustíveis com o mercado internacional se deu pelo que chamou de “catástrofe econômica” ocorrida no país diante da tentativa dos governos petistas de subsidiarem os preços dos combustíveis.

“O governo tenta voltar ao passado e não é um passado glamouroso, não é um passado que tenha deixado saudades. O governo tem se esforçado muito para retroceder, para fazer com que o Brasil dê passos para trás”, discursou Marinho.

O parlamentar lembrou que a política de preços que foi retomada ontem pela Petrobras transformou a estatal na empresa “mais endividada do planeta terra entre as petroleiras”, com uma dívida que superava 150 bilhões de dólares.

“As pessoas talvez não se lembrem – e eu vejo uma parcela da população comemorando – que o estabelecimento dessa paridade com o mercado internacional se deu pela catástrofe econômica que o Brasil foi submetido”, lembrou o líder da oposição.

Rogério afirmou ainda que os prejuízos contraídos pela empresa na época dos governos petistas ocorreram em razão da “má gestão, das más escolhas e dos equívocos cometidos na perspectiva de se preservar um projeto que não levava em consideração o Brasil nem os brasileiros, era um projeto de poder”.

O parlamentar criticou ainda a falta de detalhamento da nova política de preços anunciada pela petrolífera. Ele considerou o anúncio “ininteligível” e disse esperar por mais informações da estatal, a fim de compreender melhor os pontos e poder acompanhar a execução dessa nova política.

O deputado federal General Girão (PL) disse que o “controle de preços é um erro categórico e prático”, lembrando que uma política de igual teor foi adotada pelo Governo Dilma. “Pergunto: deu certo?”, questiona o parlamentar.

Ainda de acordo com Girão, todas as vezes que o Estado interveio nos preços do mercado, o resultado final foi negativo. “É importante lembrar que, por causa da corrupção e gestão atrapalhada dos governos de esquerda, nossa Petrobras quase foi extinta. Penso que uma solução imediata e prática seria a redução da carga tributária”, opina.

Imagem: Fábio Rodrigues Pozzebom

Fonte: Agora RN

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