José Agripino afirma que vai manter indicação de Ivan Jr. para cargo no Governo Lula

Com as negociações travadas em torno de algumas indicações aos cargos federais no Rio Grande do Norte, o presidente do União Brasil no RN, José Agripino Maia, criticou o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após a sigla comanda pelo potiguar ter rejeitado a indicação do ex-prefeito de Assu Ivan Júnior (UB) à superintendência regional da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf-RN).

“Ivan Jr. não votou e nem nunca escondeu que não tinha votado em Lula. Agora, e os votos que Lula precisa para governar o Brasil são só os votos do PT ou são os votos de uma coalizão que possa incluir outros partidos a bem das causas do Brasil? Então se é para governar, tem que fazer coalizão. Eu fui governador e fiz isso”, disse o líder do União Brasil no RN nesta segunda-feira 5 em entrevista à 91.9 FM.

O nome do ex-prefeito perdeu força para o comando da Codevasf principalmente após vir à tona um vídeo gravado por ele na campanha para governo em 2022. No vídeo, o assuense dirigia fortes críticas a Lula, inclusive chamando-o de “ladrão”.

Além disso, o ex-mandatário fez oposição à governadora Fátima Bezerra (PT) durante a campanha para governo do Estado no ano passado, quando ele foi candidato a vice-governador ao lado de Fábio Dantas (Solidariedade), outro opositor ferrenho da petista.

“A indicação foi pedida? Foi. Foi feita? Foi. Decidam. Não é ele [Lula] quem nomeia?”, cobrou Agripino, lembrando que, assim como Ivan Jr, o presidente do PTB no RN, Getúlio Batista, também fez oposição a Lula e mesmo assim foi nomeado em abril passado para a superintendência regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT-RN).

O ex-senador disse ainda que o partido irá manter a indicação de Ivan para a Codevasf e defendeu o ex-prefeito como um nome qualificado para o cargo, lembrando que Júnior já foi secretário de Recursos Hídricos do RN durante o governo de Robinson Faria (PL), além de ter sido prefeito de Assu por dois mandatos.

“Então não há por que você humilhar o rapaz e fazer uma indicação, ficar substituindo, trocando por outro. Não, de minha parte não há substituição”, garante o ex-senador.

Afora a Codevasf, informações de bastidores dão conta que o União Brasil também quer indicar um nome para a superintendência regional do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs-RN).

“Se você quiser governar só com os seus, governe com os 50 votos do PT, agora se quiser governar para o Brasil, faça as coalizões e faça articulação política convincente, razoável, coerente, justificável e não dizer: não nomeia fulano de tal porque falava mal do presidente e nomeia fulano de tal, porque falava mal, mas tem outras conotações. Então que expliquem eles”, ressalta.

União ‘não faz parte da base’, afirma

Vice-presidente nacional do União Brasil, Agripino falou sobre a relação que o seu partido mantém com o governo Lula. O potiguar afirma que a sigla não faz e nem fará parte da base governista, mas que o presidente poderá contar com os votos dos deputados e senadores do grupo, a depender do assunto que estiver em pauta no Congresso.

“O União Brasil não faz parte da base do governo, pode olhar lá, os deputados e senadores do União Brasil não fazem parte oficialmente disso não. Podem ajudar o governo na medida em que a nação precise da ajuda desses votos”, afirmou o ex-senador. Questionado se o partido poderá vir a compor a base governista, ele rechaçou a ideia: “Estou lhe dando a informação: Não fará parte da base”, asseverou.

A declaração do presidente do União Brasil no RN vem em um contexto em que a sigla discute, em âmbito nacional, a troca dos titulares dos ministérios sob o comando do partido. A ideia do governo seria substituir os ministros das Comunicações, do Turismo e do Desenvolvimento Regional por outros indicados pelos líderes do União Brasil. O objetivo é, além de agradar o partido, garantir mais apoio nas votações no Congresso Nacional.

De acordo com Agripino nenhum dos três ministros que são do União Brasil e integram o governo Lula foram indicações partidárias.

Imagem: Reprodução

Fonte: Agora RN

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