Análise: Project Nightmares Case 36: Henrietta Kedward (Switch): nem sempre a escassez de luz é positiva em um jogo de terror

Ao longo deste ano, a Feardemic vem publicando diversos jogos com cunho sombrio para as principais plataformas atuais. A novidade da vez é Project Nightmares Case 36: Henrietta Kedward, um título de terror 3D em primeira pessoa desenvolvido pela NC Studio.

Conectando-se com objetos malignos

Em Project Nightmares, somos apresentados a um intrigante grupo de cientistas que se dedica a investigar o mundo paranormal. Esses indivíduos desenvolveram um equipamento único capaz de induzir pessoas com habilidades sobrenaturais a um estado de sono, conectando suas mentes a objetos malignos com o intuito de explorar seus passados assombrosos.
Em meio a esse contexto, nosso protagonista sem nome é vinculado a uma misteriosa boneca que possui ligações com uma senhora chamada Henrietta Kedward. Assim, cabe ao jogador mergulhar nas profundezas dessa história sombria e desvendar os segredos da misteriosa Henrietta.
Embora não seja completamente inovadora, a premissa concebida pela NC Studio é interessante e abre possibilidades para novos títulos dentro desse mesmo universo. Ademais, a presença de legendas em português faz com que consumir essa trama seja mais acessível e prazeroso.

A escuridão nos pune mais que qualquer monstro

Controlando o protagonista, exploramos os corredores estreitos e extremamente escuros de uma casa velha. Durante grande parte da jornada, nossa única fonte de luz é uma vela, que naturalmente é consumida com o tempo e precisa ser substituída por outras que encontramos ao longo do caminho.
É verdade que o breu é um elemento comum em jogos de terror e, em muitos casos, desempenha um papel extremamente positivo na atmosfera; no entanto, em Project Nightmares ele atrapalha muito (ao menos na versão de Switch), tornando determinadas áreas praticamente impossíveis de visualizar.
Durante os momentos de exploração, frequentemente somos desafiados a resolver problemas para desbloquear novas áreas e prosseguir na história. Embora esses quebra-cabeças não sejam excessivamente difíceis, muitos deles são bem projetados e exigem um raciocínio cuidadoso para ser solucionados.
Um exemplo que me chamou a atenção é um quadro composto por nove blocos, no qual precisamos movê-los estrategicamente para formar uma imagem, se assemelhando bastante ao enigma que aparecia no trecho protagonizado por Ashley no Resident Evil 4 original.
Infelizmente, alguns puzzles que envolvem a coleta de itens espalhados pelos cenários também sofrem com a escuridão, já que é muito difícil conseguir visualizar os objetos em certas áreas.
Naturalmente, como é de se esperar em um jogo de terror, há perigos que podem levar o protagonista à morte. Um exemplo é a entidade que nos ataca quando deixamos a vela se apagar; em outras ocasiões, a própria Henrietta Kedward surge para dar cabo do jogador e, nesses momentos, não temos muito o que fazer além de correr.

Sustos procedurais

Um aspecto interessante em Project Nightmares é a forma como diversos objetos espalhados pelo cenário são lançados repentinamente para nos assustar. Esses movimentos são gerados de forma procedural, tornando difícil prever quando ocorrerão. Isso significa que, toda vez que o jogador morrer, os elementos aparecerão em outros locais e os espantos serão causados pelo uso de outros artigos.
Lamentavelmente, essa é mais uma característica prejudicada pela falta de iluminação, pois em vários momentos eu conseguia ouvir que algum objeto levitou e se chocou contra uma parede, mas não conseguia enxergar o local em que isso aconteceu.
Outro detalhe que pode incomodar é o aumento exagerado e repentino do volume do áudio, realizado com o puro objetivo de nos assustar. Essa discrepância é frequente e, embora possa causar um impacto inicial, em determinadas situações acaba parecendo um artifício muito apelativo e sem criatividade.
Em suma, como é muito fácil morrer em Project Nightmares, acabamos entrando em um ciclo de tentativa e erro que, na teoria, é beneficiado pelo fator procedural. Porém, a necessidade de tentar mapear um local que não conseguimos ver é bastante frustrante.

Promissor, mas problemático

Project Nightmares Case 36: Henrietta Kedward é um título que possui um enredo interessante e enigmas instigantes. No entanto, infelizmente a versão para Switch acaba sendo prejudicada pela falta de iluminação adequada, resultando em muitos momentos decepcionantes.

Prós:

  • A premissa do enredo é envolvente e abre espaço para que os criadores desenvolvam ainda mais esse universo em títulos futuros;
  • Os puzzles são bem planejados e exigem certo raciocínio;
  • A geração procedural de alguns sustos e posições de elementos que compõem o cenário compensam a baixa variedade de áreas;
  • Legendado em português.

Contras:

  • A versão de Switch é extremamente escura, tornando a jornada frustrante por não conseguirmos visualizar o cenário e os elementos que o compõem;
  • O jogo abusa da técnica de aumentar o som repentinamente, criando muitos sustos artificiais e forçados.
Project Nightmares Case 36: Henrietta Kedward — PC/PS4/PS5/XBO/XSX/Switch — Nota: 6.0
Versão utilizada para análise: Switch

Análise feita por Lucas Oliveira

Fonte: Nintendo Blast

Sair da versão mobile