O perigo do assédio moral para os negócios do empreendedor

De acordo com números do Tribunal Superior do Trabalho (TST), somente em 2021, foram ajuizados, na Justiça do Trabalho, mais de 52 mil casos relacionados a assédio moral e mais de três mil relativos a assédio sexual em todo o país. O tema deve ser observado com preocupação por toda a sociedade e também pelos empreendedores. Isso porque, em termos de clima organizacional, é objetivo do empreendedor criar em sua empresa um ambiente produtivo em que a harmonia esteja permanentemente presente. Contudo, pela natureza humana e sua complexidade, no ambiente corporativo sempre existirão momentos de turbulência nos relacionamentos entre as pessoas.

Para o consultor empresarial e professor universitário, Manuel Barreiros, um desses momentos que ainda acontece com certa frequência é o assédio, nas formas mais comuns são o assédio moral e o sexual no ambiente organizacional, razão pela qual o empreendedor deve estar atento para os prevenir. “O assédio moral nas empresas pode ser caracterizado como uma conduta abusiva que se manifesta através de comportamentos, palavras, gestos ou escritos que atingindo a dignidade de uma pessoa podem atingi-la psiquicamente com reflexos na integridade física, sendo um tipo de violência em que o assediador humilha e constrange alguém perante outras pessoas, gerando patologias em suas vítimas, o que tem provocado discussões profissionais não somente entre administradores como também médicos, psicólogos e advogados”, explica o professor Barreiros.

A questão do assédio é uma situação que embora somente mais recentemente esteja sendo discutida nas relações de trabalho pela banalização com que acontece, ela sempre existiu desde que o homem passou a viver em sociedade. “Especialmente como é a situação atual de alta competição no mercado de trabalho, infelizmente com frequência um indivíduo procura destruir a autoestima daquele que considera seu rival e que consequentemente em seu entendimento acredita que atrapalha seus interesses na empresa”, destaca Barreiros.

Segundo Barreiros, o assédio moral nas empresas não tem uma relação com a hierarquia, porque pode acontecer entre funcionários do mesmo nível instigados pela competição dentro da empresa, embora seja mais frequentemente praticado por um superior aproveitando-se da sua posição de poder em relação a seu subordinado, o agredindo sistematicamente das mais diversas formas. “É necessário que o assédio moral seja analisado e combatido como uma questão de caráter das pessoas e como tal seja gerenciado pelo empreendedor de modo que o ambiente de trabalho seja saudável, proporcionando o desenvolvimento da potencialidade de cada pessoa no mundo corporativo”, afirma.

“O empreendedor deve ter consciência da violência que é o assédio moral no ambiente empresarial para que tome medidas preventivas para que antecipadamente evite a ocorrência de suas práticas que inevitavelmente causarão prejuízos para o desempenho dos funcionários e vindo a afetar a produtividade na empresa. Neste sentido, é importante a criação de um código de ética e conduta da empresa no qual fique claramente expresso o que caracteriza e como identificar o assédio moral e que medidas a empresa adotará caso o problema venha a acontecer”, frisa Barreiros.

Barreiras destaca ainda que independente da existência de leis que incentivem o assediado a não se calar e com essa atitude contribuir para a não proliferação do assédio moral e sua impunidade, e das medidas que o empreendedor possa adotar para coibir tal comportamento em sua empresa, é importante que todos tenham consciência que o respeito pelo ser humano é um dos princípios fundamentais para a vida em sociedade.

Imagem: Divulgação

Fonte: Assessoria de Comunicação

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