Um mês após desabamento, moradores do Conjunto Pirangi protestam e pedem: “Temos casa e precisamos voltar”

Os moradores que tiveram as casas interditadas após o desabamento no conjunto Pirangi, no bairro de Neópolis, protestaram na manhã desta quinta-feira 21. Após completar um mês do deslizamento, a comunidade se reuniu na rua Ouro Preto com um bolo “comemorativo”, cartazes e faixas pedindo uma ação da Prefeitura do Natal.

Na ocasião, os moradores afetados cobraram ações da gestão municipal que, segundo eles, prometeu revitalizar o muro da lagoa de captação que desabou e reconstruir as casas parcialmente destruídas. De acordo com o morador Anderson Martins, o objetivo é buscar um posicionamento dos órgãos públicos sobre o caso.

“A gente quer chamar a atenção dos órgãos públicos, que de fato, até o presente momento, não falaram com a gente. Desde o início do ocorrido não aconteceu nenhuma reunião direta com os moradores. Então o que a gente espera é justamente isso. Estamos aqui sem nenhuma informação, sem saber quando vão acontecer as obras e quando vamos poder retornar às nossas casas”, disse.

Comunidade fez bolo e exibiu faixas cobrando a gestão municipal após desabamento de casas/ Foto: José Aldenir
Comunidade fez bolo e exibiu faixas cobrando a gestão municipal após desabamento de casas

O morador afirmou que a gestão municipal manteve contato apenas no primeiro dia da tragédia, e que uma assistência no valor de R$ 600 é mantida para alguns afetados, mas que isso é insuficiente já que não foi dado prazo para solucionar o problema da revitalização das moradias.

“Houve um aluguel social. Alguns moradores receberam e outros ainda vão receber. Mas não tem como permanecer em outras casas aqui no nosso bairro. Nossa vida está aqui, tudo está organizado aqui. E não podemos ficar só com um aluguel de R$ 600. Aqui em Neópolis não existe uma casa que comporte cada família nesse valor. Tem família que tem mais de seis pessoas”, afirmou Martins.

Luzimar Medeiros, outra moradora do local, cobrou informações sobre o início das obras e a possibilidade de retorno às casas. “Não queremos continuar morando de aluguel. Temos casas e precisamos voltar para elas”, enfatizou.

Ela também lembrou que promessas foram feitas no dia do desabamento. “Hoje está fazendo um mês que o prefeito disse que a lagoa seria refeita. Sobre as casas, ele disse que iria restaurar os danos que os moradores tinham perdido. Hoje, só tem lonas, que não protegem nada. Eles vão esperar as casas terminarem de cair?”, questionou.

Luzimar Medeiros disse que não quer continuar morando de aluguel

Desabamento de terra no Conjunto Pirangi

Entre as ruas Marcassita e Ouro Preto, no Bairro de Neópolis, as residências localizadas em um declive desabaram por volta das 6h30 do dia 21 de agosto, resultando na queda dos escombros diretamente em uma lagoa de captação. Após o deslizamento, a Defesa Civil interditou 10 residências. Até o momento, nenhuma obra no local foi realizada para minimizar os danos.

Local do desabamento de casas no conjunto Pirangi

Prefeitura não dá prazo para solucionar problema dos moradores

Em um vídeo publicado nas redes sociais, os moradores Vanessa Medeiros e Anderson Martins cobraram providências. “Hoje faz 1 mês exatamente que aconteceu o desabamento. O nosso intuito é, com esse movimento, acionar o poder público e os órgãos competentes para, de fato, iniciar as obras de reforma e dar um parecer para a população de quando vai começar as obras, quando vamos poder retornar paras as casas”, afirmam no vídeo.

Eles registram que, com a continuidade das chuvas, a terra continua cedendo e um desastre maior pode acontecer, afetando outras famílias. Pedem, também, para serem recebidos por alguém na prefeitura.

Depois da manifestação, o secretário Carlson Gomes (Infraestrutura) ficou de receber os moradores ainda nesta semana.

Em nota, a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra) informou que já contratou uma empresa para realizar o projeto das ações que precisarão ser feitas para a recuperação do local. “Assim que for apresentado, a Secretaria tomará as medidas necessárias para a implementação do projeto global, incluindo a etapa das habitações (que ficará sob a atribuição da Seharpe)”, destacou a Seinfra.

A nota continua afirmando que “a finalidade é garantir em definitivo a estrutura adequada para o local e a segurança dos seus moradores, inseridos até lá no programa de aluguel social”. A Seinfra enfatiza que, devido à complexidade do problema, não é possível ainda apresentar uma estimativa de tempo para a solução do problema.
Já o secretário Carlson Gomes afirmou que, na próxima semana, a prefeitura deverá fazer uma contratação emergencial para dar início aos serviço.

Imagens: José Aldenir

Fonte: Agora RN

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