A pedagogia hospitalar na inclusão do aluno com câncer deficiente visual

Dentre as tantas doenças que acometem a visão, trazemos a exemplo o retinoblastoma, um tipo de câncer ocular, que pode vir a afetar um ou os dois olhos (unilateral ou bilateral). Considerado raro e silencioso, o câncer de olho se manifesta até os quatro anos de idade e pode levar à cegueira total, caso não seja diagnosticado precocemente, segundo dados do INCA.

A interação e a socialização da criança, seja na escola ou na sociedade, demanda do estudante a visão, como um dos principais sentidos para reconhecimento do processo de aprendizagem.

Entretanto, a perda total ou parcial da acuidade visual deste, na condição de pessoa com deficiência visual, exige do professor, buscar estratégias de mediação da aprendizagem, adaptadas, que atendam as limitações apresentadas pelo aluno. Precisamos admitir que as instituições de ensino não estão preparadas para receber esse estudante em sala de aula, mesmo diante de tantas políticas públicas de inclusão existentes no Brasil.

Assim, acolher e incluir o aluno acometido pela deficiência visual, em sala de aula, é o desafio que impulsiona o professor a rever sua prática, buscando planejar aulas baseadas no princípio de estimular a utilização plena do potencial dos sentidos remanescentes, bem como, na superação de dificuldades e conflitos emocionais.

O aluno com deficiência visual deve aprender a perceber o ambiente em que está inserido, as pessoas e os estímulos de forma peculiar. Para isto, os educadores precisam despertar o interesse desse aluno e estimulá-lo ao comportamento exploratório, por meio de atividades orientadas e adequadamente organizadas, a partir de critérios que contemplem as necessidades individuais e específicas dele.

Por compreender a importância de trabalhar a inclusão e oferecer o melhor atendimento aos pacientes assistidos, a Casa Durval Paiva se preocupa em formar a equipe multiprofissional, a fim de capacitá-los para lidar com o paciente acometido por deficiência visual, hoje, público alvo das nossas ações, principalmente na educação, que atualmente são um total de quatro pacientes, dois em idade escolar e dois menores de 3 anos de idade.

A exemplo, podemos citar as duas pacientes em idade escolar, T.G e M.M, uma com 09 anos de idade, e a outra com 08 anos de idade, residentes no interior do estado do RN. Uma delas teve o seu primeiro contato no ambiente escolar, no espaço educacional da Casa Durval Paiva, onde teve acesso ao processo educacional, por meio dos recursos tecnológicos de tecnologia assistiva e materiais adaptados para sua condição de aprendizagem, construídos pelas professoras da classe domiciliar.

Além disso, as duas pacientes tiveram acesso à rede de apoio para pessoa com deficiência visual, onde foram encaminhadas e matriculadas no Centro de Apoio Pedagógico IAPSSARA AGUIAR para participar de atividades complementares com oficinas de Braille, Soroban e Atividades de Vida Diária, duas vezes por semana, no contraturno das atividades escolares, a fim de estimular a autonomia e a inclusão delas na sociedade.

A inclusão, seja ela em qualquer ambiente, visa compreender e efetivar a participação da diversidade humana na sociedade, respeitando a diferença cultural, social e física do indivíduo, reconhecendo-o como cidadão de direitos e deveres. Sendo assim, uma sala de aula inclusiva, deve ser um espaço onde o aluno é respeitado e estimulado a aprender, de acordo com as suas capacidades singulares.

Imagem: Divulgação

Fonte: Assessoria de Comunicação/CDP

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