Rafael Motta confirma pré-candidatura a prefeito de Natal: “Estou preparado”

O presidente estadual do PSB, Rafael Motta, anunciou nesta terça-feira, 5, sua saída da Secretaria de Esporte e Lazer de Natal. Ex-deputado federal, o político havia assumido o cargo em 14 de novembro do ano passado – portanto, ficou menos de quatro meses na função.

Em publicação nas redes sociais, o agora ex-secretário agradeceu o convite feito pelo prefeito Álvaro Dias (Republicanos) e falou sobre o trabalho realizado na pasta.

“Nesses poucos meses em que contribuí com o esporte de Natal, finalizei a passagem pela pasta com uma visita pioneira de um ministro a convite nosso, fato pouco visto na política de Natal. Um secretário municipal trazendo um ministro. O que mostrou a nossa interlocução com os diversos agentes políticos/públicos”, enfatizou Rafael, citando a visita do ministro do Esporte, André Fufuca, no último dia 26 de fevereiro.

Por lei, secretários têm até o início de abril para deixar o cargo desejem concorrer nas eleições de outubro. Rafael disse que antecipou a saída, no entanto, porque precisava cuidar da organização do PSB para o pleito e também trabalhar sua pré-candidatura.

Na mensagem, Rafael Motta confirmou que é pré-candidato à Prefeitura do Natal. “No mais, me despeço no intuito de atuar de forma mais abrangente como presidente estadual do PSB e, também, como pré-candidato a prefeito de Natal”.

Horas após o anúncio, ele concedeu uma entrevista à 98 FM e disse estar “preparado” para ser prefeito de Natal.

“Eu tenho autonomia, tenho vontade de ser prefeito de Natal. Eu estou preparado para ajudar minha cidade. A gente tem diálogo nacional em relação a forças políticas que podem ajudar nossa cidade. Está na hora de ter alguém que possa balançar o jogo político, reconhecer os problemas, investir em tecnologia. Eu conheço os problemas de Natal. Me sinto preparado para ajudar Natal”, enfatizou.

O ex-deputado negou que esteja lançando sua pré-candidatura com o objetivo de aumentar o poder de barganha no pleito de 2024. Ele disse que sua postulação é real e lembrou de 2022, quando foi candidato ao Senado até o fim, contrariando os céticos.

“A eleição de Senado demonstrou muito como é a minha personalidade política. Na eleição que tivemos em 2022, as pessoas me subestimavam muito. Não sou de blefar, eu não sou uma pessoa de blefe. Por isso eu meço muito minhas palavras, demoro a dar declarações. Justamente por isso: eu só dou declarações quando eu tenho certeza do que vou fazer”, declarou.

“Adoro ser subestimado. Quando as pessoas acham que a gente está morto, inerte, a gente acaba ressurgindo com essa vontade. O que mais me motivou na campanha do Senado foram as dificuldades que foram traçadas para mim. Lógico que não é uma coisa fácil, que consiga fazer da noite para o dia. Não sou líder como grandes nomes, mas eu estou buscando meu espaço de forma legítima, humilde”, enfatizou.

Rafael Motta pregou uma união de nomes de centro e da esquerda com o objetivo de enfrentar a candidatura da “extrema direita”, representada, segundo ele, por Paulinho Freire (União Brasil).

“Não acho que candidaturas de extremos são saudáveis para nenhuma administração. As pessoas precisam sentar e ver o que é melhor para o estado. Vai ter que ter um ponto. Conclamo Natália Bonavides, Carlos Eduardo, PDT, PSOL, para que possam se sentar à mesa para que Natal tenha uma união em prol de um nome. Que a gente possa fazer uma união para fortalecer nossa cidade”, acrescentou.

O líder do PSB no RN afirmou, ainda, que essa união deve considerar os nomes que têm menos rejeição – o que, segundo ele, é indicativo de potencial de crescimento.

Ele disse também ter o apoio da direção nacional do PSB para ser candidato, e enfatizou que o partido planeja lançar jovens na disputa de 2024, na esteira da popularidade do prefeito de Recife, João Campos, que é do PSB e lidera com folga as pesquisas de intenção de voto, devendo ser reeleito com tranquilidade na capital pernambucana.

“O PSB aposta em juventude e potenciais candidaturas que possam render frutos. O que o João Campos e a Tábata Amaral (pré-candidata do PSB à Prefeitura de São Paulo) fazem ecoa em todo o Brasil. Existe sim uma intenção do nosso partido nacionalmente falando, de que a gente tenha candidatura em Natal. Temos uma intenção de votos e baixíssima rejeição. Quando se tem baixa rejeição, você tem possibilidade de crescimento dentro daquela janela”, declarou.

Pré-candidato diz esperar apoio do prefeito Álvaro Dias e nega ciúme de Joanna Guerra

O ex-secretário disse que seria “honroso” ter o apoio do prefeito Álvaro Dias na disputa de 2024. Ele declarou que vai trabalhar para estar junto de Álvaro no pleito. Porém, também disse ver com naturalidade a insistência do prefeito com a secretária de Planejamento, Joanna Guerra (Republicanos), que patina nas intenções de voto. Ele afirmou que não se sentiu preterido dentro da gestão municipal.

“A gente senta na mesa e dialoga. Até porque o PSB não é um partido subserviente, nós somos parceiros. Parceria se faz no diálogo, na discussão, no encontro de melhores alternativas. E eu ainda torço para que a gente caminhe juntos. A gente percebeu que existia uma tentativa de popularizar o nome, conhecimento de quem era Joanna, que é uma secretária altamente competente, muito técnica, trabalha demais. Eu admiro demais o seu trabalho. A gente criou um vínculo muito bom. Não existia disputa. Não teve questão de prestígio. Se você é prefeito, tem direito de tentar lançar o candidato que você quiser. Se aqueles que os cercam não veem com certa viabilidade, é normal. Mas se o prefeito quer insistir em determinado ponto, é opção dele. Ele é o prefeito, tem a caneta, está sentado na cadeira. Não me senti desprestigiado não”, pontuou.

Imagem: José Aldenir

Fonte: Agora RN

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