Secretário do RN admite ter se reunido com líder de facção na sede da PF

O secretário estadual de Administração Penitenciária, Helton Edi Xavier, admitiu nesta segunda-feira 6 ter se reunido com um preso apontado como uma das principais lideranças de uma facção criminosa com atuação no Rio Grande do Norte.

Segundo o secretário, o encontro aconteceu em janeiro do ano passado na sede da Polícia Federal com José Kemps Pereira de Araújo, mais conhecido como Alicate. Helton Edi Xavier relatou o encontro durante entrevista à 94 FM após a presidente do Sindicato dos Policiais Penais, Vilma Batista, revelar o encontro e pedir publicamente explicações do secretário.

Presidente do Sindicato dos Policiais Penais do RN, Vilma Batista

Na ocasião, Kemps havia acabado de ser preso após passar mais de seis meses foragido. Ele foi recapturado em Goiana (PE) e trazido para Natal. Ele ficou na sede da PF até aguardar transferência para uma unidade prisional. Depois da conversa com o secretário, o preso foi transferido para a Penitenciária Estadual de Alcaçuz, onde ficou até março, quando eclodiram ataques criminosos no RN e Alicate acabou transferido para um presídio federal.

Helton Edi Xavier afirmou que se reuniu com Alicate após ser avisado pela área de inteligência da Secretaria de Administração Penitenciária de que o preso era “perigoso”. O secretário disse que, diante dessa informação, resolveu encontrar o detento para avisá-lo sobre as regras do sistema prisional potiguar.

“Eu acho que eu fui cumprir meu papel de secretário. Ele é liderança de quê? Ele é liderança lá fora. Dentro da cadeia, ele é preso e tem que obedecer aos critérios de disciplina e os protocolos dentro da cadeia. Tem que parar de chamar esse povo de liderança. Eu fui visitá-lo realmente e fui para dizer isto: que ele é liderança lá fora. Que lá dentro ele tem que cumprir os protocolos de segurança e disciplina, para que ele pudesse se adequar às regras do sistema”, afirmou o secretário.

O secretário afirmou que resolveu fazer a reunião com o preso porque havia um temor de servidores da volta da liderança ao sistema prisional.

“Eu acho que era minha obrigação fazer isso, porque o pessoal do próprio sistema estava preocupado com o retorno desse cidadão para dentro do sistema. Eu não fui me apresentar. Eu fui dizer a ele que ele tinha de respeitar todas as regras de dentro da cadeira. Ele não é um preso especial”, afirmou.

Imagens: Reprodução e José Aldenir

Fonte: Agora RN

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