RN amplia capacidade instalada de energia eólica e se mantém na liderança da produção do Brasil

Turbinas eólicas são vistas na Serra do Mel (RN). Desenvolvido por três empresas de energia, incluindo o grupo francês Voltalia, o Parque Eólico foi inaugurado com 31 turbinas que têm o potencial para fornecer energia para 200 mil famílias — Foto: Yasuyoshi Chiba/AFP

O Brasil terminou 2018 com a marca de 14,71 GW de capacidade instalada de energia eólica, em 583 parques eólicos e mais de 7.000 aerogeradores em 12 estados. Os números são referentes ao mês de dezembro passado. O Rio Grande do Norte segue sendo o maior produtor do país e ampliou a capacidade instalada para 4.043,1 GW, em seus 150 parques. Os dados são da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica).

Em dezembro de 2017, a capacidade instalada do estado potiguar era de 3.679,9, em um total de 135 parques, de acordo com informações da ABEEólica.

Se for considerada a geração eólica produzida de janeiro a novembro de 2018 (dados disponíveis até o momento) no Brasil, que é de 44,62 TWh, o parque gerador instalado disponibilizou ao sistema o equivalente ao consumo residencial médio mensal de mais de 23 milhões de casas, ou 70 milhões de pessoas.

Além dos 14,71 GW de capacidade instalada, a ABEEólica afirma que há outros 4,33 GW já contratados em construção ou projeto, o que significa que, ao final de 2024, serão pelo menos 19,04 GW. Isso considerando apenas contratos já viabilizados em leilões e com outorgas do mercado livre publicadas e contratos assinados até agora.

Levando em consideração a matriz elétrica brasileira em dezembro de 2018, a participação da energia eólica era de 9%, sendo a terceira fonte mais representativa. A biomassa, representava 9,1% da matriz no final de 2018.

“Dentro de pouco tempo, a eólica passará a ser segunda fonte da matriz elétrica brasileira, um feito realmente histórico para uma fonte que se desenvolveu de maneira mais intensa há pouco menos de dez anos. Quando começamos o ano de 2011, tínhamos menos de 1 GW. Em 2012, estávamos no 15º lugar no Ranking de Capacidade Instalada do Global Wind Energy Council. Agora já estamos a caminho de completar 15 GW e ocupamos a 8ª posição no ranking. Estes são alguns dos dados que mostram a importância da indústria eólica, nossa capacidade de crescer, fazer investimentos e trazer benefícios para o Brasil”, explica Elbia Gannoum, Presidente Executiva da ABEEólica.

Desempenho

Considerando o desempenho, a ABEEólica diz que a fonte eólica já chega a atender, com sua produção, quase 14% do Sistema Interligado Nacional (SIN), durante momentos registrados na “safra dos ventos”, que é o período que vai de junho a novembro. O Boletim Mensal de Dados do Operador Nacional do Sistema (ONS), referente ao mês de setembro, por exemplo, mostra que, no dia 19 de setembro, uma quarta-feira, a energia eólica chegou ao percentual de 13,98% de atendimento recorde nacional.

No caso específico do Nordeste, os recordes de atendimentos a carga ultrapassam 70% em uma base diária. Mas o dado mais recente de recorde da região é do dia 13 de novembro, um domingo às 9h11, quando todo o subsistema foi atendido por energia eólica e ainda houve exportação dessa fonte, já que o volume de 8.920 MW atendou 104% daquela demanda com 86% de fator de capacidade.

Nesta mesma data, além do recorde instantâneo, por um período de duas horas o Nordeste foi abastecido em 100% por energia eólica. “Vale mencionar também que, por diversos períodos, o Nordeste assume a figura de exportador de energia, uma realidade totalmente oposta ao histórico do submercado que é por natureza importador de energia”, afirma a Associação em nota.

Sobre a ABEEólica

A ABEEólica congrega mais de 100 empresas de toda a cadeia produtiva do setor eólico e tem como principal objetivo trabalhar pelo crescimento, consolidação e sustentabilidade dessa indústria no Brasil.

Fonte: G1 RN

Imagem: Yasuyoshi Chiba/AFP

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