O benefício das fibras alimentares no tratamento do paciente com câncer

Publicidade

A importância da terapia nutricional na criança com câncer está baseada na ideia de que o consumo de alimentos benéficos pode melhorar os efeitos colaterais da doença. Tem-se comentado muito hodiernamente, entre os pacientes, a dificuldade em melhorar os transtornos gastrointestinais, seja em virtude de uma distensão abdominal (constipação) ou desarranjo intestinal. É primordial, a partir da ocorrência dessas situações, conhecer melhor os alimentos e suas funcionalidades. Com isso, surgem discussões relevantes como: quais alimentos são ditos fibras solúveis e quais aqueles insolúveis.

Todo esse cenário é notório para aqueles pacientes que apresentam desconfortos gastrointestinais quando submetidos à quimioterapia, radioterapia e uso de medicamentos constantes. Com todos esses aspectos, estratégias nutricionais podem subsidiar e melhorar significativamente o estado nutricional do paciente.

Quando traduzimos o conceito de distensão abdominal (constipação), essa é qualificada como um sintoma comum em pacientes oncológicos, devido à síndrome de anorexia-caquexia, caracterizada como uma complicação frequente no paciente portador de uma neoplasia maligna em estado avançado. Essa síndrome configura-se por um intenso consumo dos tecidos muscular e adiposo, com consequente perda involuntária de peso (não-intencional), além de anemia e astenia (diminuição da força física).

Sua frequência é mais elevada nos pacientes com a doença em estágio avançado e que fazem uso de drogas para tratamento da dor. Diversos fatores, além da dor e da terapia medicamentosa, contribuem para a lentificação da mobilidade intestinal que torna o movimento do alimento mais lento no aparelho digestivo, tais como: redução do conteúdo intestinal pelo jejum para exames, cirurgias, inadequação dietética, distúrbios metabólicos e emocionais.

Assim, de acordo com o exposto, os alimentos classificados em solúveis encontram-se principalmente nos frutos, hortícolas, leguminosas e alimentos contendo aveia, cevada ou centeio, incluem as pectinas (frutas, vegetais, legumes, batata, resíduo de beterraba obtido na produção de açúcar), as gomas,encontradas também em produtos de panificação, lácteos, molhos, misturas de gelatina e geleias; as mucilagens, encontradas nas babas do quiabo e inhame e ainda algumas hemiceluloses, disponíveis em grãos de cereais, farelo de trigo, soja e centeio. Esses alimentos formam um gel quando misturadas com água, influenciando o tempo de digestão no estômago e no intestino delgado, beneficiando os pacientes com desarranjo intestinal.

Quando temos casos de pacientes com distensão abdominal (constipação), partimos para o consumo das fibras insolúveis encontradas, principalmente, nos produtos hortícolas, cereais e seus derivados integrais, incluem a celulose, a maioria das hemiceluloses e lignina (fibras insolúveis, as quais têm como ação fundamental a aceleração da passagem do alimento pelo aparelho digestivo), contribuindo para o aumento do volume e fluidez das fezes e da mobilidade intestinal (atuando como laxantes naturais); são encontradas nos grãos (feijão, soja, lentilha), cereais integrais (arroz, centeio, trigo e farelos), vegetais e talos de vegetais (brócolis, couve-flor), verduras folhosas, cascas e bagaços de frutas.

Com essa visão, percebemos o quanto esses alimentos estão inseridos no contexto da alimentação fornecida pela Casa Durval Paiva, e como as dúvidas trazidas pelos pais e pacientes, quanto à alimentação que deverá ser fornecida em decorrência dessa alteração metabólica, são solucionadas com a simples introdução de alimentos funcionais.

É importante destacar dados da Organização Mundial da Saúde, a qual recomenda a ingestão de 25 gramas de fibras diariamente. Para aqueles que não costumam consumir fibras, o ideal é que o processo seja gradual para adaptação do organismo. De acordo com o aumento do consumo, beber água pode ajudar a equilibrar a absorção das fibras.

Portanto, o nutricionista tem um papel primordial no aconselhamento e acompanhamento de situações que conferem problemas no sistema digestório, já que essas situações conferem menor qualidade de vida aos indivíduos em tratamento oncológico e o objetivo primordial é sempre proporcionar meios para amenizar esse sofrimento.

Fonte: Assessoria/Casa Durval Paiva

Imagem: Casa Durval Paiva

Sair da versão mobile