Crítica: MIB: Homens de Preto – Internacional

No primeiro filme de Homens de Preto, lá no longínquo ano de 1997, o agente K (Tommy Lee Jones) recruta o policial James Darrell (Will Smith) para ser o agente J, e ajudá-lo a derrotar uma ameaça extraterrestre na forma de uma barata gigante. Na sequência, de 2002, o agente J tem que tirar o agente K da aposentadoria, uma vez que ele é o único com conhecimento de onde está escondido um artefato alienígena poderoso. No terceiro filme, de 2012, o agente K é morto no passado por um E.T. rival, e o agente J deve voltar para o ano de 1969 e tentar salvá-lo. Fica então a pergunta: dá pra fazer um filme do MIB sem Tommy Lee Jones e Will Smith?

Com um universo tão rico (e bem sucedido) essa pergunta teria que ser respondida logo. Inicialmente, o próximo MIB seria um crossover com outra franquia, Anjos da Lei (2012), com Jonah Hill e Channing Tatum como os novos agentes. Graças ao  Monstro do Espaguete Voador, em toda sua sabedoria, essa ideia não foi para frente. E o diretor F. Gary Gray e os roteiristas Matt Holloway e Art Marcum foram incumbidos da nova missão.

Para tanto, eles levaram a franquia para uma nova direção, com uma nova dupla de protagonistas. Em MIB: Homens de Preto – Internacional, que estreia no Brasil nesta quinta-feira (13), Molly (Tessa Thompson) é uma jovem inteligente e obstinada, que quando criança teve um contato imediato de 3º grau com um extraterrestre – e com a agência secreta dos Homens de Preto, mas não teve sua mente apagada. Desde então, ela estuda, pesquisa e se prepara para se tornar uma agente também, o que acontece quando ela finalmente se infiltra na sede do grupo e conhece a agente O (Emma Thompson), líder da filial norte-americana da instituição.

Como parte do seu treinamento, a nova agente M é designada para o quartel-general de Londres, liderado pelo agente T (Liam Neeson), onde ela conhece o melhor operativo britânico: o habilidoso e mulherengo agente H (Chris Hemsworth). Os dois, T e H, são duas espécies de lendas locais, por terem salvado o universo da invasão da Colmeia (como são, nos EUA, os agentes K e J). Porém, há algo de errado na filial londrina, e uma visita de um diplomata de outro planeta dá início a uma série de eventos que servirão de teste para a agente M.

Apesar de se passar no mesmo universo, MIB: Homens de Preto – Internacional não é uma sequência dos outros filmes. Está mais para um spin-off/recomeço, como Jurassic World foi para Jurassic Park. Tanto que o “clima” do filme é diferente, com menos alienígenas bizarros e piadas se valendo das nojeiras derivadas desses seres. Os cenários também variam bastante, como já era de se esperar pelo título do filme. Enquanto a trilogia inicial era focada nos Estados Unidos, agora o espectador é levado para Inglaterra, França, Marrocos e Itália. A ação é mais realista, calcada na espionagem e em perseguições de veículos.

Ou seja, o leitor mais atento já percebeu que o filme está mais para um James Bond espacial, com os protagonistas dividindo algumas das características do agente 007. Hemsworth fica com o charme, a força física e a comédia (algo que ele mostrou muita desenvoltura ao longo de sua carreira), e Thompson com a inteligência, a criatividade e a investigação. A dupla tem muita química, como já ficou comprovado em Thor: Ragnarok, e ganha muitos pontos por trazer uma dinâmica totalmente diferente do que acontecia com Tommy Lee Jones e Will Smith.

O longa é muito divertido até a metade, mas vai caindo do meio para o final. Em grande parte pela previsibilidade do roteiro, que inclui pistas para possíveis viradas na trama que você vê chegando a quilômetros de distância. Ainda assim vale acompanhar pelo carisma do elenco, que ainda inclui Kumail Nanjiani como um dos alienígenas mais fofos da franquia e Rebecca Ferguson como uma vilã de uma cena só, mas com potencial para voltar nas continuações.

Sim, porque MIB: Homens de Preto – Internacional é um filme montado para ter várias delas. E elas certamente virão.

Fonte: OP9 RN

Imagem: divulgação

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