1968 – O ano mais complexo da ditadura militar

O livro de hoje é sobre uma época dura que não só o Brasil, mas toda América Latina estava passando que eram o terrível golpe militar, aonde o jornalista Roberto Sander retratou em seu livro 1968 , Quando a Terra tremeu, sendo o ano-chave para a história mundial e brasileira, com episódios emblemáticos em que o Maio Francês e a Primavera de Praga, na Europa, e a Passeata dos Cem Mil e a imposição do temido AI-5, num Brasil subjugado pelo regime militar.

Essa foi toda abordagem que o jornalista com mais de 20 anos de militância na imprensa esportiva e autor de diversas obras sobre futebol e História do Brasil, escreveu neste livro, que ele não ousou em limitar aos acontecimentos políticos marcaram profundamente uma época amarga no país.

Com uma trama narrativa em que é avançado mês a mês aos acontecimentos, tratando dos mais variados assuntos, desde a Guerra do Vietnã, passando pela primeira visita de Mick Jagger ao Brasil, indo para a África em pleno Apartheid, onde acontecia o primeiro transplante de coração bem-sucedido do mundo, em Havana, onde Fidel Castro fazia um expurgo no Partido Comunista cubano e para as viagens espaciais que preparavam a chegada do homem à Lua.

1968-quandoO livro 1968 – Quando a Terra tremeu, Roberto Sander explora histórias saborosas e surpreendentes sobre ciência, moda, comportamento, esporte e cultura em geral, daquele que foi um ano ainda mais complexo, assombroso e sedutor do que se sabe. De uma geração ávida por luta, que nas palavras do próprio Sander, experimentou os limites de todos os horizontes político, sexual, religioso e, principalmente, comportamental. O radicalismo e conservadorismo dos ditos revolucionários são discutidos, inclusive estabelecendo os posicionamentos de famosos.

Sander fala de todas as conquistas de uma geração que se preocupava com a conjuntura da época, entre essas conquistas estavam desde uma simples discussão sobre sexo em salas de aula à um avanço da moda que era era reflexo da rebeldia daquela geração, ou então do uso da pílula anticoncepcional, que provocava mudanças no comportamento da mulher brasileira.

A obra de Roberto aborda toda uma geração que queria fazer do ano de 1968, uma sede de liberdade e a vontade de vivenciar novas aventuras, quebrando as barreiras sociais e valores, até então estabelecidos por gerações anteriores. Esse novo existencialismo também rompia com um modelo estabelecido pelos governantes políticos.

Além de abordar o uso da maconha pela classe média alta, muitas vezes até como forma ideológica, a necessidade de ler autores que tinham uma visão revolucionária, como Karl Marx, Trotsky, Guevara. O jornalista ainda abordou as diversas e emblemáticas revoluções que se passava naquela época em seu livro, que muitas foram responsáveis de moldar o mundo nos seus aspectos sociopolíticos e culturais.

São 303 páginas de história, revolução e mudanças no cenário sócio-cultural do Brasil e do mundo, a leitura é uma viagem a era de temível da ditadura militar, que para a grande maioria foi um dos piores anos, mas foi a partir dessa época, que começaram as grandes revoluções, como o poder do povo votar, principalmente as mulheres, que foi vista pela sociedade como um ser humano, com empoderamento e atitude, a cada capítulo do livro se abarcam nos caracteres nacionais e mundiais mês a mês do ano de 1968.

São 12 capítulos de Sander organizou em uma apresentação, escrita pelo próprio autor e jornalista, na primavera de 2017, bem como três páginas de bibliografia. A contracapa traz uma breve nota escrita por Ruy Castro. A obra mostra um dos anos mais impactantes, em todos os aspectos, da história da humanidade.

Fonte: O Barquinho Cultural

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