16 filmes nacionais com protagonismo negro para você conhecer

Nesta sexta-feira, 19/06, é comemorado o Dia do Cinema Brasileiro. Nada melhor do que comemorar esta data com produções nacionais. Mas será que os filmes brasileiros representam toda a população do país? Conforme um levantamento feito pela Agência Nacional do Cinema (Ancine), 75,4% dos filmes lançados no país em 2016 foram dirigidos por homens brancos, 19,7% por mulheres brancas e somente 2,1% por homens negros. As mulheres negras nem ao menos apareceram nos dados. No entanto, os negros e pardos representam 55% da população brasileira.

Além disso, o mesmo levantamento mostrou que 42,3% dos filmes de ficção lançados naquele ano no Brasil não contaram com nenhum ator ou atriz negra no elenco. Para celebrar o cinema nacional de uma perspectiva que realmente representa a população do nosso país, selecionamos estes 16 filmes brasileiros. Confira:

1.Café com Canela

Dia do Cinema Brasileiro: 25 filmes nacionais com protagonismo negro (Foto: Divulgação)

Dirigido por Glenda Nicácio e Ary Rosa, Café com Canela é um filme de drama que retrata a história de Margarida. Após o falecimento de seu filho, ela se separa de seu marido e perde o contato com os amigos. No entanto, a história ganha um caminho diferente quando Margarida reencontra Violeta, uma de suas ex-alunas. A produção, lançada em 2017, foi o primeiro longa-metragem nacional de ficção dirigido por uma mulher negra a entrar em cartaz em 34 anos.

2.Temporada

Juliana é uma mulher negra que está se mudando de Itaúna, no interior de Minas Gerais, para Contagem, que fica na região metropolitana de Belo Horizonte. Ao longo do longa, ela se adapta à nova rotina, ao novo emprego e faz novos amigos enquanto espera a chegada do marido, que também se mudou para a cidade. O filme, lançado em 2019, é dirigido por André Novais Oliveira.

3. Ó Paí, Ó

Ó Paí, Ó já é um grande conhecido dos fãs de cinema nacional. O longa, dirigido por Monique Gardenberg, conta a história de 12 personagens que vivem em um cortiço no Pelourinho, em Salvador, durante o Carnaval. Além de retratar a animação e a euforia do centro histório da cidade baiana, o filme também aborda o contraste social e a pobreza na região.

4. Correndo Atrás

Com elenco e produção quase todo formado por negros, Correndo Atrás retrata a história de um ex-jogador de futebol chamado Paulo Ventania. Ao conhecer Glanderson, que é um jovem atleta, o protagonista decide tentar voltar ao mercado esportivo por enxergar um novo talento no garoto. O filme, lançado em 2018, foi dirigido pelo cineasta Jeferson De.

5. Filhas do Vento

Após 45 anos separadas por um incidente familiar, duas irmãs se reencontram após a morte do pai. Dirigido por Joel Zito Araújo, Filhas do Vento retrata a relação familiar e o reencontro de quatro mulheres em Lavras Novas, no interior de Minas Gerais. O longa-metragem, lançado em 2005, mostra o racismo e os resquícios da escravidão na pequena cidade mineira que possui uma população majoritariamente negra.

6. Mister Brau 

Baseado na série de mesmo nome, Mister Brau também já é uma produção bastante conhecida. O filme, dirigido por Flávia Lacerda e Patrícia Pedrosa, conta a história do cantor Mr. Brau que se muda para um condomínio de luxo após atingir o sucesso na carreira musical. Entretanto, o estilo de vida agitado do artista, reforçado pelo preconceito de seus vizinhos, faz com que ele e a esposa enfrentem algumas complicações.

7. Sem Asas

Zu é um garoto negro de 12 anos. Após sair para comprar farinha de trigo na mercearia para a mãe, o menino descobre que pode voar. O curta-metragem, que possui somente 20 minutos, foi dirigido pela cineasta Renata Cilene Martins.

8. Pitanga

Para os fãs de documentário, Pitanga é uma produção imperdível. O filme, dirigido por Beto Brant e Camila Pitanga, retrata a vida e a carreira do ator brasileiro Antônio Pitanga, que atuou em mais de 50 produções do cinema nacional.

9. My Name Is Now

Seguindo as recomendações de documentários, My Name Is Now retrata a trajetória da cantora Elza Soares. Dirigido por Elizabete Martins Campos, o filme mostra como o tempo, as perdas e o sucesso contribuíram para formar a força e o poder que a artista possui.

10. Cartola – Música para os Olhos

Dia do Cinema Brasileiro: 25 filmes nacionais com protagonismo negro (Foto: Divulgação)

A vida de Cartola, um dos mais importantes músicos do samba brasileiro, também foi documentada. O filme Cartola – Música para os Olhos possui importantes figuras da música e do entretenimento brasileiro no elenco, como Chico Buarque, Gal Gosta, Beth Carvalho e Hebe Camargo.

11. Barravento

Firmino, interpretado por Antônio Pitanga, retorna à aldeia de pescadores onde foi criado e tenta trazer novas ideias de liberdade religiosa e pessoal aos nativos, que são descendentes de escravos. O filme, dirigido por Glauber Costa, é o primeiro longa-metragem do cineasta.

12. Madame Satã

Madame Satã também é um dos nomes conhecidos pelos amantes de cinema. O filme retrata a história real de João Francisco dos Santos, homossexual, negro e ex-presidiário. O nome “Madame Satã”, pelo qual se tornou conhecido, era utilizado em performances transformistas que aconteciam em casas nortunas da Lapa, no Rio de Janeiro, na década de 1930. O filme, dirigido por Karim Aïnouz, entrou para a lista dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos, realizada pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine).

13. Bixa Travesty

Dirigido por Claudia Priscilla e Kiko Goifman, Bixa Travesty retrata a vida da cantora transexual negra Linn da Quebrada. A produção, marcada pela desconstrução dos esteriótipos gênero, classe e raça, recebeu o Teddy Award de Melhor Documentário do Festival Internacional de Cinema de Berlim. A premiação é destinada aos filmes com temática LGBTQ+.

14. Kbela

Kbela é um curta-metragem que aborda o racismo vivido diariamente pelas mulheres negras. O filme, que mostra a luta destas mulheres pelo direito de terem sua beleza e seus cabelos naturais, foi eleito o melhor curta da diáspora pela Academia Africana de Cinema em 2017. Dirigido por Yasmin Thayná, a produção traz mensagens de empoderamento e resistência.

15. Sócrates

Sócrates é um garoto gay, negro e pobre da Baixada Santista, no litoral paulista. Após a morte de sua mãe, o jovem é despejado do local onde mora e precisa lidar com uma série de questões burocráticas, além da falta de recursos financeiros. O filme, dirigido por Alex Moratto, foi indicado para três categorias do Spirit Award, considerado o Oscar do cinema independente.

16. Cidade de Deus

Não há forma melhor de encerrar a lista do que com um clássico do cinema brasileiro. Cidade de Deus conta a vida de Buscapé, um jovem fotógrafo que vive na comunidade carioca que dá nome ao filme. A obra retrata o crescimento do crime organizado no Rio de Janeiro e a violência que marca a vida da população da comunidade. A produção, dirigida por Fernando Meirelles, Kátia Lund, recebeu quatro indicações ao Oscar.

Fonte: Revista Casa Vogue

Imagem: Bob Wolfenson

Sair da versão mobile