Os números ligados ao suicídio são bastante preocupantes. Além de ser uma das principais causas de óbitos em todo o mundo, com cerca de 12 mil casos por ano apenas no Brasil, a sua incidência tem aumentado, conforme informações do Ministério da Saúde (MS). Em Natal, o alerta deve ser ainda maior, já que a cidade é a segunda capital do Nordeste com o maior número de pessoas com 18 anos ou mais com diagnóstico médico de depressão.
O dado é do próprio MS e faz parte de um levantamento inédito feito pela pasta, tendo como ano base 2021. De acordo com o psicólogo Raunny Almeida, da Hapvida NotreDame Intermédica, essa constatação exige uma preocupação extra pelo fato de 96,8% dos casos de suicídio estarem relacionados a transtornos mentais, dos quais a depressão está em primeiro lugar.
Segundo ele, a depressão pode ser um dos fatores para a tentativa de suicídio, inclusive entre os mais jovens, mas não somente essa. “Situações que envolvem homofobia, transfobia, consumo abusivo de álcool, uso de drogas, indiferença/omissão dos pais sobre suas ações e violência familiar contribuem para aumentar a vulnerabilidade nesta faixa etária”, explica o especialista que ainda chama a atenção para a incidência de casos entre adolescentes e universitários.
Raunny Almeida conta que somente a prevenção pode frear o crescimento dos números de suicídio e, na visão do psicólogo, ela deve iniciar antes do que se imagina. “Quanto mais cedo a família tratar dessas questões, o jovem desenvolverá mais estratégias para lidar com adversidades e frustrações ao longo de sua vida”.
Não existe uma idade específica em que alguém deva começar a fazer terapia para a valorização da vida e prevenção do suicídio, destaca o psicólogo, pois as necessidades emocionais e os desafios variam de pessoa para pessoa.
O importante, segundo ele, é reconhecer os sinais de alerta emocional em qualquer idade e buscar ajuda profissional de uma equipe multidisciplinar, que inclui psicólogo, psiquiatra e até mesmo nutricionista, quando necessário. “A terapia pode ser benéfica para crianças, adolescentes e adultos, proporcionando apoio emocional, estratégias de enfrentamento e um espaço seguro para discutir suas emoções”, explica Raunny Almeida.
Para ele, a prevenção do suicídio deve ser uma prioridade em todas as fases da vida. “Buscar ajuda profissional é uma decisão valiosa e corajosa em qualquer momento em que alguém esteja passando por sofrimentos emocionais”, resume o profissional, reforçando o quanto a prevenção pode fazer a diferença e preservar vidas.
Setembro Amarelo é uma campanha brasileira de prevenção ao suicídio, iniciada em 2015. O mês de setembro foi escolhido para a campanha porque, desde 2003, o dia 10 de setembro é o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.
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Fonte: Assessoria de Imprensa/Camila Araújo