A gestação é um dos momentos de maior vulnerabilidade para a mulher. Segundo o Instituto Santos Dumont, os casos de mortalidade maternal cresceram em 47,93% no Brasil, ao longo de 2016 a 2021, e se acentuaram no período da pandemia de covid-19. Por meio dos métodos reversíveis de longa duração (LARCs) no puerpério e no pós-aborto, é possível amenizar essa estatística. Para isso, o projeto de extensão Ação Lilás na Contracepção promove conhecimento acerca do uso desses contraceptivos para pacientes, estudantes, médicos residentes e outros profissionais de saúde.
O uso correto dos métodos reversíveis pode reduzir a taxa de mortalidade materna, prevenir a gravidez indesejada e as complicações decorrentes do aborto inseguro. De acordo com o professor Robinson Dias, coordenador do projeto, um percentual significativo desses problemas pode ser reduzido ou mitigado com uma política de saúde que fortaleça e promova a utilização e a aceitação dos LARCs pela população e treine as equipes nos hospitais e unidades de saúde para esse fim.
O projeto tem como principal objetivo diminuir a dificuldade no acesso de mulheres e adolescentes a esses contraceptivos. Com isso, os alunos extensionistas, junto com os coordenadores, realizam palestras apresentando os métodos que possuem durabilidade de 10 a 12 anos, como o DIU, Implanon e DIU com hormônio, reduzindo a falta de informação e o receio de utilizá-los.
Cerca de 900 mulheres já participaram dos encontros ministrados pelos graduandos do Ação Lilás. Atualmente, o projeto atua no ambulatório da Maternidade Estadual Januário Cicco e em UBS de comunidades como África, Brasília Teimosa, Mãe Luiza e em Dix-Sept Rosado. “As usuárias do projeto têm se beneficiado com o aprendizado sobre práticas contraceptivas, sexo seguro, promoção da saúde sexual e reprodutiva e prevenção contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs)”, afirma Robinson.
Além das unidades de saúde de Natal, a equipe realiza treinamentos guiados pela ginecologista e obstetra Iaponira Vidal, colaboradora do projeto. As capacitações ocorrem na Região Metropolitana e nos municípios de Ceará-Mirim e Caicó.
Imagens: Cícero Oliveira
Fonte: Agecom/UFRN