Diversas cidades brasileiras têm enfrentado um desafio ambiental colossal: a poluição do ar. De acordo com o IQAir, empresa suíça de tecnologia de qualidade do ar, São Paulo registrou por cinco dias consecutivos, entre 120 cidades monitoradas, o pior ar do mundo. Este problema persistente também afetou várias outras regiões do país no último mês e é alimentado principalmente por duas fontes: as emissões de automóveis e a fumaça das queimadas.
As ruas da cidade estão perpetuamente cheias de carros, ônibus e caminhões. Cada um desses veículos libera, diariamente, uma quantidade significativa de gases poluentes no ar, incluindo monóxido de carbono, dióxido de nitrogênio e partículas finas. Esses poluentes degradam a qualidade do ar e contribuem para um amplo espectro de problemas de saúde, desde irritações respiratórias até doenças cardiovasculares.
Nesse contexto, a introdução de tecnologias de pós-tratamento de poluentes veiculares adotadas há alguns anos em outros países do mundo surge como uma alternativa para enfrentar esses problemas. Os catalisadores, por exemplo, são dispositivos que promovem a transformação química de gases poluentes em substâncias menos nocivas. Já os filtros de particulados são capazes de reter partículas finas presentes nos gases de exaustão, ajudando a reduzir a poluição atmosférica.
Em paralelo, as florestas brasileiras, especialmente a Amazônia e o Pantanal, têm experimentado um aumento alarmante nas queimadas nos últimos anos. A fumaça das queimadas, carregada de poluentes e partículas finas, pode viajar longas distâncias e afetar a qualidade do ar em áreas densamente povoadas, como São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia.
Essas duas fontes de poluição do ar interagem de maneiras complexas. Por exemplo, os gases emitidos por automóveis podem reagir com a luz solar para formar ozônio troposférico, um poluente perigoso. Quando combinado com a fumaça das queimadas, isso pode resultar em um “coquetel” tóxico de poluentes que reduz ainda mais a qualidade do ar, impactando diretamente na qualidade de vida e saúde das pessoas.
Além disso, ambos os tipos de poluição contribuem para a mudança climática, que, por sua vez, pode levar a um aumento na frequência e intensidade das secas, ondas de calor e enchentes. Essas condições extremas aumentam o risco de incêndios florestais, criando um ciclo vicioso entre poluição e mudança climática.
Para enfrentar efetivamente a poluição do ar, é urgente um esforço conjunto focado em reduzir as emissões de veículos, maquinários e prevenir as queimadas. Precisamos de leis mais rigorosas relacionadas ao tema, incentivos para o uso de transportes públicos ou de carros com tecnologias híbridas, adoção de tecnologias de pós-tratamento de poluentes e políticas de proteção florestal realmente eficazes. A saúde dos brasileiros, bem como do nosso planeta, depende de tais ações.
Imagem: Reprodução
Fonte: Assessoria de Comunicação
Comentários