Evocando memórias
Durante o gameplay, somos inseridos em um quarto cheio de objetos os quais devem ser usados para criar sombras. A ideia é rotacioná-los e combiná-los para obter formas que seriam impossíveis de conseguir separadamente. Cada silhueta dessas figuras compostas está associada a memórias de família, sendo parte de uma foto mais detalhada em um álbum.
Avançando no tempo
O jogo está dividido em seis capítulos e, em cada um deles, os ambientes a que temos acesso mudam e as regras estabelecidas para resolver os desafios trazem algumas variações. Somos apresentados de maneira gradual a novas condições, que podem ser interpretadas como se fossem habilidades especiais.
A variabilidade é interessante, mas boa parte dos desafios envolve soluções específicas e as formas de cada item são muitas vezes específicas demais. Isso também se reflete na obviedade de algumas sombras, o que, se por um lado torna o processo intuitivo, por outro, não estimula a criatividade na manipulação dos objetos.
A gravidade como inimiga
No aspecto visual , Projected Dreams é uma obra tridimensional, mas estamos limitados a um posicionamento bidimensional dos objetos na mesa de projeções e a uma luz em posição fixa. Os desenvolvedores optaram por essas restrições porque a dimensão da profundidade afeta significativamente o tamanho das sombras.
Entretanto, a gravidade continua ativa e os objetos são tratados por uma física tridimensional, deixando o jogador com controles imprecisos sobre os objetos e uma tendência a eventos frustrantes por conta do modo como esses corpos sólidos colidem e a falta de firmeza nos suportes. Não à toa temos a habilidade de colagem como uma dinâmica temporária em certas fases, porém, ela também acaba dando visibilidade ao problema de outra forma: não controlamos com precisão o posicionamento de onde eles grudam e isso gera falhas significativas nas sombras.
Ambientes bagunçados
Além de tudo já mencionado, as áreas em que montamos nossas projeções são interessantes. Começamos com uma espécie de ambiente mais normal, como um quarto cheio de penduricalhos, e depois veremos lugares mais exóticos, como um depósito de um teatro, uma casa mal assombrada, um ambiente aquático e uma sala de ficção científica espacial.
Brilho ofuscado
Projected Dreams é um puzzle curioso de luz e sombras e é possível notar que a equipe se dedicou a garantir que cada capítulo trouxesse uma nova gimmick para dar variedade aos desafios. Porém, a maneira como a obra lida com a física e limita o controle dos objetos é frustrante e há vários outros errinhos que fazem com que ele não se destaque dentro do gênero.
Prós
- A adição de mecânicas com o passar do tempo ajudam a dar variedade para a busca de soluções;
- Interessantes variações de ambientes com as mudanças temáticas.
Contras
- Física desnecessariamente frustrante e limitação do jogador a um campo bidimensional de solução;
- Controle impreciso de posicionamento gera erros com muita facilidade na mecânica de colar;
- Não há uma boa distinção dos objetos interativos úteis e dos que são apenas decorações;
- A visibilidade do cenário pode atrapalhar encontrar alguns objetos para as soluções em determinadas fases;
- Trechos escritos no álbum não foram traduzidos para o português;
- O fato das fitas tocarem as músicas apenas uma vez faz com que elas sejam praticamente inúteis;
- A maleabilidade das avaliações poderia ser melhor explicada.
Projected Dreams — PC — Nota: 6.0
Análise feita por Ivanir Ignacchitti
Fonte: GameBlast