Como Treinar Seu Dragão, filme em live-action tem direção e roteiro de Dean Deblois, que adaptou a história original do livro traduzido do Norueguês por Cressida Cowell. No elenco tem nomes como Gerard Butler, Nico Parker e Mason Thames, a trama conta a história de Soluço, um jovem Viking e o dragão Banguela.
Na história é apresentado uma vila de vikings em uma ilha chamada Berk, nela o jovem Soluço tenta se provar como caçador de dragão a todo custo, mas é perceptível sua inaptidão para exercer essa função. Em uma noite de ataque de dragões à vila, Soluço consegue atingir um dragão chamado fúria da noite, pela manhã ele decide seguir os rastros deixado pelo animal e o encontra, desse contato é criado uma rotina porque o jovem visita o dragão todo os dias, nasce uma amizade e consequentemente a resposta para colocar um fim no conflito entre dragões e vikings.
A história é boa, mas uma adaptação ruim pode colocar tudo a perder, a escolha do material original soa aos ouvidos como a desculpa perfeita quanto a questionamentos e comparações com os filmes animados. Dito isso, sabiamente a direção do projeto deixou o caminho bem fundamentado ao pegar o melhor do livro e toda emoção dos momentos marcantes da animação, essa mistura coloca o longa dentro do assertivo. Por que investir em histórias já segmentadas com risco de errar a mão e deixar o produto final distante da essência da obra original, pode impactar diretamente em tudo, principalmente no afastamento do público e rebaixamento da imprensa com notas ruins em sites agregadores de opiniões.
Em Como Treinar Seu Dragão, a direção entendeu o conceito de adaptação fiel com adendo de inserções sem mudar os rumos da trama. Limitações são bem vindas desde que seja preservado os momentos mais marcantes do material original, mesmo a nova mídia impondo limites seja pela ação ou sentido da história. Com isso, o filme passeia seguro nessa adaptação em live-action, desde a escolha do elenco até os efeitos são competentes e tudo caminha para saciar a nostalgia e emocionar a audiência. Essa parte vai ser um alívio aos saudosistas, porque o melhor das duas mídias está dentro das quatro linhas corretas, esse ponto é até bacana de exaltar.
A escolha do protagonista também é um acerto, porque caso contrário, e essa escalação tivesse sido ruim, o filme por mais seguro que fosse, iria enfrentar uma resistência pela falta de química entre ator e criatura. Mason Thames como Soluço é uma baita surpresa acompanhada de muito comprometimento. Além disso, é importante falar sobre a caracterização dos personagens porque realmente é muito bom, os efeitos também caminham na medida correta, apesar de alguns momentos as proporções destoam na tela, a trilha sonora não tem nada marcante para ser mencionado.
O brilho desse filme está muito além da técnica da produção, está na relação do Soluço com o Banguela, duas raças enfardadas ao enfrentamento por anos, tendo esse embate por motivos bem equívocos, dragões sob o domínio do medo, vikings para sobrevivência e proteção das terras. E a medida que vai crescendo a relação entre homem e fera, uma nova abordagem pacifista surge no horizonte, nesse contexto a história vai cadenciado um crescimento emocionante, tudo em volta é trabalhado para emocionar até o mais cético. Ou seja, o filme tem coração e preserva a essência incomum de um live-action, caminha dentro das linhas seguras e adapta momentos de maior apelo emocional de maneira incrível.
Como Treinar Seu Dragão tem muito a oferecer ao público, seja com ação ou uma linda e pacífica história de amizade e redenção, com lados emergindo numa guinada de sobrevivência da espécie, pela necessidade de enfrentar um mal maior e mais voraz. O filme entra em cartaz em sessões especiais partir de 7 de junho, e o lançamento oficial no Brasil acontece no dia 12.
Fonte: O Barquinho Cultural
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